REGIÃO NORDESTE - parte I
Geografia

REGIÃO NORDESTE - parte I



O Nordeste é a Região brasileira que possui a maior quantidade de estados, nove ao todo (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe). Sua extensão territorial é de 1.554.257 Km2 e, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abriga uma população de 53.081.950 habitantes.

Em razão das diferentes características físicas (naturais) que apresenta, a Região Nordeste é dividida em quatro sub-regiões: meio-norte, zona da mata, agreste e sertão. Compreender as particularidades das sub-regiões nordestinas é de fundamental importância para a análise das relações sociais ali estabelecidas, que refletem diretamente nas atividades econômicas desenvolvidas.
Normalmente, o Nordeste é visto como um local de pobreza, seca e outros problemas de ordem socioeconômica. No entanto, deve-se romper com essas ideias preconceituosas, o estudo das sub-regiões proporciona uma análise aprofundada sobre essa região tão rica em belezas naturais e manifestações culturais.














Zona da Mata:

Também conhecida como Litoral, essa sub-região compreende uma faixa litorânea de até 200 quilômetros de largura que se estende do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia. Apresenta a maior concentração populacional do Nordeste e é a sub-região mais urbanizada. O clima é  o tropical úmido e o solo é fértil em razão da regularidade de chuvas. A vegetação natural é a mata Atlântica. O cultivo da cana de açúcar (zona da mata açucareira) é a principal atividade econômica praticada na Zona da Mata. Outras atividades econômicas desenvolvidas são: extração de petróleo, o cultivo de cacau (sul da Bahia - zona cacaueira), café, frutas, fumo, lavouras de subsistência, significativa industrialização (Recôncavo Baiano), destaca-se também a produção de sal marinho, principalmente no Rio Grande do Norte, além da atividade turística que atraí milhões de visitantes para as belas praias nordestinas, sua cultura e diversidade.

 Cultivo do cacau na Bahia  


Agreste:

Corresponde à área de transição entre o sertão semiárido e a zona da mata, úmida e cheia de brejos. Essa sub-região é composta pelos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. A principal atividade econômica nos trechos mais secos do agreste é a pecuária extensiva; nos trechos mais úmidos é a agricultura de subsistência e a pecuária leiteira. Predominam as pequenas e médias propriedades com o cultivo do algodão, do café e do sisal (planta da qual se extrai uma fibra utilizada para fabricar tapetes, bolsas, cordas, etc.). Outro elemento de destaque na economia local é o turismo, com a realização de festas que atraem multidões, como, por exemplo, as festas juninas. No agreste estão localizadas importantes centros de influência regional: Caruaru  e Garanhuns (PE), Campina Grande (PB), Feira de Santana e Vitória da Conquista (BA).

Meio-norte:
É uma faixa de transição entre a Amazônia e o sertão semiárido do Nordeste. É composta pelos estados do Maranhão e oeste do Piauí. A vegetação natural dessa área é a mata de cocais, (carnaúbas e babaçus), em sua maioria.  É uma região economicamente pouco desenvolvida, prevalece o extrativismo vegetal, praticado nessa mata, com destaque para o óleo de babaçu e a cera da carnaúba, além da agricultura tradicional de algodão, cana de açúcar e arroz, além da pecuária extensiva.


Sertão:

É uma extensa área de clima semiárido, onde ocorrem as piores secas da região e de todo o país, em uma área geográfica denominada ?Polígono das Secas?. Compreende o centro da Região Nordeste e está presente em quase todos os estados. Essa sub-região nordestina possui o menor índice demográfico da Região, além de ser uma área de repulsão populacional (migração - êxodo rural).
Os índices de pluviosidade (chuvas) são baixos e irregulares, com a ocorrência periódica de secas. A vegetação típica é a caatinga. A bacia do rio São Francisco é a maior da região e a única fonte de água perene (que não seca) para as populações que habitam suas margens (população ribeirinha), é aproveitado também para irrigação e fonte de energia através de hidrelétricas como a de Sobradinho (BA). As maiores concentrações populacionais estão nos vales dos rios Cariri e São Francisco. A principal atividade econômica é a pecuária extensiva e de corte. Outras atividades desenvolvidas no Sertão são: cultivo irrigado de frutas, flores, cana de açúcar, milho, feijão, algodão de fibra longa (no Vale do Cariri, Ceará), extração de sal (litoral cearense e potiguar) e o turismo nas cidades litorâneas. A indústria baseia-se no polo têxtil e de confecções. Políticas públicas são necessárias para o desenvolvimento socioeconômico no Sertão nordestino, proporcionado qualidade de vida para sua população. Esse papel é exercido pela SUDENE (Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste), que infelizmente é mal gerenciada, servindo de instrumento nas mãos de políticos corruptos (coronelismo) que perpetuam a seca trocando água por votos (indústria das secas).
Alimentando de forma dramática o noticiário sobre a seca veiculado pelos meios de comunicação, esses grupos conseguem obter do governo verbas e auxílios a título de socorro às regiões atingidas pela falta de chuvas.
Porém, a ajuda governamental beneficia muito mais os membros de tais grupos do que a população efetivamente castigada pela seca. Ao controlarem a distribuição do dinheiro recebido, fazendeiros e políticos de influência ? vereadores, deputados etc. ? manipulam a ajuda a ser concedida, dirigindo-a para pessoas e lugares de onde possam obter vantagens ou favores: afilhados ou parentes, redutos eleitorais, etc. Ao mesmo tempo, sob a argumento de que ficaram arruinados com a seca, empresários não só deixam de pagar suas dividas bancárias, como ainda conseguem novos empréstimos em condições especiais.
No que se refere às tentativas de solução do problema, o governo é influenciado a conseguir grandes obras, como barragens e enormes açudes, que consomem formidáveis verbas públicas. A maior parte dessas verbas vai para o pagamento das empresas construtoras, muitas vezes ligadas direta ou indiretamente a pessoas que fazem parte dos grupos dominantes regionais. Além disso, as obras grandiosas geralmente beneficiam apenas aos grandes fazendeiros e não aos que realmente sofrem com a seca ? os pequenos produtores. Quando de pequeno porte, os açudes construídos pelo governo são feitos em terras de grandes fazendeiros, que integram os grupos favorecidos pela ?indústria da seca?.
Nessas condições, não é de estranhar que o problema das secas não se resolva. Sua efetiva solução deitaria por terra os interesses mesquinhos de grupos poderosos, que conseguem vantagens com a pobreza e o sofrimento de milhares de nordestinos.  

A Seca:

O Sertão nordestino apresenta as menores incidências de chuvas (clima semiárido), isso em âmbito nacional. A restrita presença de chuva nessa área é causada basicamente pelo tipo de massa de ar aliado ao relevo (chapadas), esse muitas vezes impede que massas de ar quentes e úmidas ajam sobre o local causando chuvas.
No Sertão, as chuvas se apresentam entre dezembro e abril, no entanto, em determinados anos isso não acontece, ocasionando um longo período sem chuvas, originando assim, a seca.
As secas prolongadas no Sertão Nordestino são oriundas, muitas vezes, da elevação da temperatura das águas do Oceano Pacífico, esse aquecimento é denominado pela classe cientifica de fenômeno El Niño. Nos anos em que esse fenômeno ocorre o Sertão sofre com a intensa seca.
A longa estiagem provoca uma série de prejuízos aos agricultores, como perda de plantações e animais, a falta de produtividade causada pela seca provoca a fome.

Vegetação:

No Sertão e no Agreste o tipo de vegetação que se apresenta é a caatinga, o clima predominante é o semiárido, esse tipo de vegetação é adaptado à escassez de água.
Algumas espécies de plantas da caatinga têm a capacidade de armazenar água no caule ou nas raízes, outras perdem as folhas para não diminuir a umidade, todas com o mesmo fim, poupar água para os momentos de seca.
caatinga, palavra originária do tupi-guarani, que significa ?mata branca?, é o único sistema ambiental exclusivamente brasileiro. As plantas da caatinga são xerófilas, ou seja, adaptadas ao clima seco e à pouca quantidade de água. Algumas armazenam água, outras possuem raízes superficiais para captar o máximo de água da chuva. E há as que contam com recursos pra diminuir a transpiração, como espinhos e poucas folhas.
Desde o período imperial, tenta-se promover o desenvolvimento econômico na caatinga, porém, a dificuldade é imensa em razão da aridez da terra e da instabilidade das precipitações pluviométricas. A principal atividade econômica desenvolvida na caatinga é a agropecuária. A agricultura destaca-se na região através da irrigação artificial, possibilitada pela construção de canais e açudes. Alguns projetos de irrigação para a agricultura comercial são desenvolvidos no médio vale do São Francisco, o principal rio da região, juntamente ao Parnaíba.


Rios temporários (intermitentes):

Os rios que estão situados nas áreas do Sertão são influenciados pelo clima semiárido, dessa forma não há grande incidência de chuvas.
A maioria dos rios do Sertão e Agreste é caracterizada pelo regime pluvial temporário, isso significa que nos períodos sem chuva eles secam, no entanto, logo que chove se enchem novamente.
Nas regiões citadas é comum a construção de barragens e açudes como meio de armazenar água para suportar períodos de seca.


 Foz do Rio São Francisco, entre Sergipe e Alagoas

Cânions do São Francisco




 Zona da Mata
























Sertão (Caatinga)
























Lençóis Maranhense







Agreste
























Pau de Arara 






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