Imagem criada a partir da captura da imagem de Flor ao Fundo (ByC)
Hoje se comemora o Dia Internacional da Mulher e, tal como mencionei em postagem anterior, os trabalhos que estão e, ainda, serão desenvolvidos durante este mês e em abril estarão centrados sobre a temática do papel da Mulher, tanto em termos mundial quanto nacional, no que se refere ao Dia Nacional da Mulher (30 de abril).
A primeira data (08 de março) nos remonta a uma tragédia, ocorrida nos Estados Unidos, onde o ponto crucial do fato histórico foi a manifestação de operárias por melhores condições de trabalho e pela luta por direitos igualitários entre ambos os sexos (homens e mulheres).
A segunda data (30 de abril), por sua vez, traduz o reconhecimento a uma mineira que lutou no início do Século XX pelos direitos das mulheres, pelo fim do precnceito machista e do papel da mulher na sociedade brasileira.
O mais impressionante é que poucos tratam desta segunda data, que se refere também à homenagem a uma mulher e, em especial, uma brasileira. Nem mesmo na mídia é observada alguma menção por ocasião da data.
Assim como a Lei Maria da Penha, ainda desconhecida por muitos, eu espero que o enfoque acerca de ambos ganhe maior projeção e tratamento - pelo menos - nos estabelecimentos de Ensino para que os alunos possam agir como multiplicadores no papel de informar, divulgar e dar subsídios para uma maior conscientização quanto à importância do papel da mulher na sociedade moderna.
O DIA INTERNACIONAL DA MULHER é comemorado no dia 08 de março, desde 1975. A data foi escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de homenagear as várias operárias da cidade de Nova York (EUA), que morreram sufocadas e queimadas em um incêndio numa fábrica de tecidos - no dia 08 de março de 1857 - onde elas estavam reunidas, em greve, contra as más condições de trabalho.
As operárias reivindicavam a redução da jornada de trabalho por dia (de 16 para 10 horas diárias), a equiparação do salário do sexo feminino com o dos homens, que desempenhavam a mesma função (recebiam menos de 1/3 do salário dos homens) e direito à licença maternidade.
O protesto foi seguido pela greve e, segundo os registros, as saídas de emergência da fábrica foram bloqueadas pelo lado de fora, pelos donos da fábrica que - em conjunto com as autoridades policiais - atearam fogo com a intenção de amedrontá-las e encerrar a manifestação.
No entanto, o incêndio rapidamente tomou grandes proporções e a tragédia - já anunciada - se converteu na morte de 129 operárias queimadas e por asfixia.
O DIA NACIONAL DA MULHER, por sua vez, é comemorado no dia 30 de abril, desde 1980. A data escolhida se refere ao dia e mês de nascimento da mineira Jerônima Mesquita, cuja homenagem se presta devido aos seus esforços e lutas pelas situações adversas que as mulheres brasileiras se encontravam no início do Século XX.
Ao retornar ao Brasil, depois de estudar na Europa, a mineira Jerônima Mesquita não se conformou com a situação preconceituosa que era imposta às mulheres no país. Combativa com os seus ideais, ela lutou por inúmeras causas. Uniu-se a um grupo de senhoras no empenho de lutar por questões feministas, assistencialistas e sufragistas (pelo direito ao voto feminino, que era proibido).
Com outras mulheres, ela lutou pelo direito ao voto feminino e para que, em 1932, todas as mulheres (acima de 18 anos) pudessem votar.
Seu trabalho incessante voltado para assistência social, a levou a ser uma das fundadoras da matriz do Hospital Pró-Matre, unidade hospitalar beneficente que tinha por objetivo acolher gestantes carentes, pobres, localizada na cidade do Rio de Janeiro. Ela fundou, também, a Associação Cruz Verde.
Sua importância na época é notória, não só em termos de luta por direitos igualitários, pelo fim do preconceito e outras inúmeras lutas, mas sobretudo pelas condições sócio-econômicas do Brasil na época (início do século XX), pelas quais ela enfrentou, de um país marcado pela fome, a febre amarela, a peste bubônica, a varíola, agravadas pela subnutrição do povo.
Jerônima Mesquita era mineira de Leopoldina. Nasceu no dia 30 de abril de 1880 e faleceu em 1972, na cidade do Rio de Janeiro, onde morava.
Foi através do apoio e incentivo de um grupo de feministas para a criação de um dia em sua homenagem que, em 1980, durante o governo do Presidente da República João Figueiredo, que o Dia Nacional da Mulher foi sancionado, na data natalícia da referida personalidade feminina, através da Lei nº 6.791/80.
Jerônima Mesquita declarou em uma das poucas entrevistas que concedeu, antes de falecer, que estava feliz com a promulgação do Estatuto da Mulher Casada (Lei 4121/62), que alterava o antigo Código Civil Brasileiro (1916), conferindo às mulheres o direito de trabalhar fora, sem autorização do marido ou do pai.
Atualmente, sabemos que a situação da mulher melhorou muito, inclusive, perante às Leis e ao Código Civil Brasileiro, mas ainda há muito a superar, tendo em vista que as raízes da nossa sociedade patriarcal e do machismo repassado ao longo da história do país, não permitem que as mulheres possam afirmar ? firmemente ? que o preconceito e as desigualdades de direitos já não fazem parte do cotidiano da população feminina.
Infelizmente, ainda existem... Não como antes, mas coexistem com a sociedade moderna, conhecida como a Sociedade da Informação e do Conhecimento.
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