Gustavo Villela
Hoje martírio dos cariocas com quase 60 quilômetros e cortando dezenas de bairros do Rio, a Avenida Brasil foi inaugurada em 1946. Principal via expressa da cidade, cujas obras começaram no governo de Getúlio Vargas, ela ganhou impulso na década de 50 com a chegada da indústria automobilística ao país, a partir dos Anos JK. Carros, ônibus e caminhões tomaram o lugar dos trens como prioridade nos transportes. E vieram os engarrafamentos, registrados em alguns trechos já na década de 60.
Na sua edição de 10 de junho de 1944, O GLOBO destacava em sua primeira página a ?Ligação rodoviária do Rio com o Sul, o Centro e o Norte do país?. Era uma reportagem sobre a visita do presidente Getúlio Vargas à Avenida Brasil, classificada na época como uma ?variante da estrada Rio-Petrópolis e primeira etapa da monumental via de penetração do territórino nacional?.
Acompanhado dos ministros da Guerra, da Marinha e da Viação, o presidente visitou as obras junto com o prefeito Henrique Dodsworth, que dois anos antes já havia anunciado o nome oficial da nova avenida da cidade. A comitiva saiu do Cais do Porto e foi até a Penha, de onde retornou. Naquela época, a avenida tinha somente 15 quilômetros, indo até Parada de Lucas.
Responsável pela ligação do Rio com as grandes cidades do país, a começar por São Paulo, carro-chefe da economia brasileira, a Avenida Brasil se destacou ao longo dos anos por ser o endereço de grandes empresas, espalhadas em seus 58 quilômetros, do Centro até a Zona Oeste. Nas últimas décadas, porém, a insegurança e a decadência econômica marcaram sua história. Muitas favelas se instalaram na região ? como o Complexo da Maré, que foi ocupado pelas Forças Armadas ?, empresas foram fechadas e indústrias acabaram sendo invadidas, em meio ao aumento do domínio do tráfico de drogas.
Fonte: O globo digital 28/9/2015