Técnica com radiação é usada desde os anos 1920
A Agência Internacional de Energia Atómica das Nações Unidas, AIEA, pediu esta terça-feira mais investimentos internacionais numa técnica de plantio com o uso de radiação que induz a mutações e produz plantas mais resistentes como forma de ajudar a combater a crise de alimentos no mundo.
Segundo esta agência da ONU, a técnica de mutação induzida, utilizada desde os anos 1920, pode ajudar a produzir plantas com um rendimento maior nas colheitas.
As referidas plantas podem adaptar-se a condições climáticas extremas, como seca ou enchentes, e também se tornam resistentes a algumas doenças e a ataques de pragas.
Segundo a AIEA, a técnica de mutação induzida é ?segura, comprovada e com bom custo-benefício?.
" A natureza global da crise dos alimentos não tem precedentes. Famílias em todo o mundo estão a ter dificuldades em se alimentar"
El Baradei, Director Geral da AIEA
?A natureza global da crise dos alimentos não tem precedentes. Famílias em todo o mundo estão a ter dificuldades em se alimentar?, disse o director-geral da AIEA, Mohamed ElBaradei, num comunicado distribuído pela agência.
Mutações
A técnica utiliza radiação para acelerar as mutações genéticas ocorridas naturalmente nas plantas e que as ajudam a se adaptar a diferentes condições e a resistir a pragas e doenças.
Radiação nas plantas iria ajudar adaptação a diferentes condições e a resistir a pragas e doenças
Com isso, adaptações que poderiam levar milhões de anos para ocorrer naturalmente podem ser aceleradas para ocorrer num prazo muito mais curto.
Para El Baradei, ?para prover soluções sustentáveis, de longo prazo, precisamos usar todos os recursos disponíveis?.
Segundo a AIEA, mais de 3000 variedades de cerca de 170 espécies diferentes de plantas já foram desenvolvidas com a ajuda da técnica e a supervisão da AIEA.
Entre essas variedades, estão um tipo de cevada que pode ser cultivado a altitudes superiores a 5 mil metros e um tipo de arroz que cresce em solos com alto grau de salinidade.