A jovem Feng Jianmei, de 22 anos, mãe de uma menina de cinco, estava grávida de sete meses daquele que seria o seu segundo filho. Como ela e seu marido, Deng Jiyuan, 29, não possuíam recursos suficientes para arcar com o valor da multa imposta a quem infringe a lei do filho único na China, de cerca de 40 mil iuanes (R$ 12 mil), ela foi detida, coagida a assinar um documento autorizando o aborto e, por fim, recebeu uma injeção que a induziu à perda do bebê.
A divulgação de fotos na internet da jovem chinesa ao lado do feto morto ganharam repercussão e provocaram grande comoção internacional. Depois do escândalo, autoridades entraram em acordo com a família, que retirou a ação que movia contra o Estado, pagando-lhes uma indenização de cerca de US$ 11 mil (R$ 23,2 mil).
Contando com uma população de 1,3 bilhão de habitantes, desde 1979 o governo chinês adota um rígido programa de controle da natalidade como forma de conter os elevados índices de crescimento populacional registrados no país. Para isso, é permitido que, nas zonas urbanas, cada família tenha apenas um filho, enquanto que, nas áreas rurais, há a possibilidade de se ter o segundo filho, desde que o primeiro seja menina.
Ainda que os abortos forçados sejam proibidos após o sexto mês de gestação, esta é uma prática comum em um país cuja cultura valoriza a figura masculina.
Sem esquecer que, ao adotar princípios advindos do capitalismo, a remuneração média dos homens passou a ser superior a das mulheres, a preferência por meninos deve-se, principalmente, ao fato de que, quando crescerem, caberia a eles o amparo e sustento dos pais na velhice, enquanto que as meninas acabam por se aproximar dos familiares do marido.
Na verdade, este é apenas um caso que revela um outro aspecto de uma economia que deu passos galopantes rumo ao crescimento. Se por um lado existem inúmeras situações de abortos forçados e esterilização feminina, durante o pré-natal, muitas mulheres fazem uma seleção natural do sexo da criança, o que pode provocar o aborto espontâneo, além de outras práticas tão cruéis quanto o abandono ou o assassinato das meninas recém-nascidas.
Se o desafio chinês em superar as dificuldades sociais que uma numerosa população impõem ao país fazem com que o governo determine a quantidade de filhos que cada casal dever ter, com o vazamento do caso de Feng Jianmei, lideranças do país cogitam a possibilidade de rever as diretrizes de seu programa de controle da natalidade.
Algumas províncias já estão discutindo a viabilidade de se permitir um segundo herdeiro, caso um dos pais seja filho único (atualmente isso só é possível quando os dois progenitores não têm irmãos), mas o que de fato motiva essa reavaliação por parte dos dirigentes chineses é a temeridade de que, mesmo reduzindo as taxas de crescimento demográfico, num futuro próximo a China se transforme em uma nação de idosos.
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Jamil Chade - O Estado de S.Paulo
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