Será uma nova Guerra Fria?
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Será uma nova Guerra Fria?



Os tempos são outros e até pode parecer exagero, mas, no tabuleiro da geopolítica mundial, o movimento de cada peça nunca acontece por obra do acaso.

Contrariados com a decisão do governo russo em conceder asilo diplomático ao ex-analista de inteligência Edward Snowden, os Estados Unidos não tardaram em adotar medidas de retaliação através do cancelamento da reunião anteriormente agendada entre os presidentes dos dois países, Barack Obama e Vladimir Putin, que aconteceria paralelamente à próxima cúpula do G20, em setembro.

Herança de tempos idos, juntando tantos ressentimentos mal resolvidos com a retomada do peso político da Rússia no cenário internacional, a impressão que fica é que o Caso Snowden é o pretexto que faltava para provocar o agravamento das relações que nada tinham de cordiais entre estadunidenses e russos.

Vejamos o andamento dos próximos capítulos, mas não deixe de ler o artigo publicado na página da Deutsche Welle, no dia 09/08/13.

Gesto de Obama ameaça abrir nova era de atritos com Moscou

Interesses comuns de americanos e russos garantiram que retaliação ao asilo concedido a Snowden ficasse apenas no cancelamento de uma reunião bilateral. Mas especialistas não descartam aumento da tensão daqui em diante.

Poderia ter sido pior. É essa a avaliação que muitos analistas políticos fazem diante da decisão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de cancelar o encontro com o presidente russo, Vladimir Putin, agendado para Moscou em setembro. A reunião ocorreria em paralelo à cúpula do G20 em São Petersburgo.

Como justificativa para o cancelamento, a Casa Branca alegou uma série de motivos, entre eles a concessão por parte da Rússia de asilo político a Edward Snowden, considerado foragido pelos EUA. Washington, porém, confirmou a presença de Obama na reunião das 20 principais economias do mundo.

"Poderia acontecer de Obama nem vir", ressalta Evgeniy Minchenko, diretor do Instituto Internacional de Especialização em Política, em Moscou. Para ele, o presidente americano se viu obrigado a reagir, de alguma maneira, ao asilo concedido pela Rússia a Snowden.

Obama já havia sido criticado internamente pela política adotada frente à Rússia, lembra Minchenko. As críticas se referiam ao fato de, no início do mandato, Obama ter tentado adotar uma política de recomeço para as relações com Moscou a fim de minimizar as tensões bilaterais.

Dimitri Orlov, membro do partido Rússia Unida, legenda de Putin, concorda com a avaliação de Michenko. "Não é nenhuma catástrofe que Obama não vá se encontrar pessoalmente com Putin", comenta. Para ele, escândalo maior seria se o presidente americano decidisse não mais ir nem mesmo ao G20, optando por enviar o vice Joe Biden em seu lugar.

Christian Wipperfürth, autor de um livro sobre a política externa russa, tem opinião similar. Ele avalia que o desconforto atual lembra uma situação vivida em agosto de 2008, logo após o conflito na Ossétia do Sul, quando Geórgia e Ossétia, apoiada pelos russos, se enfrentaram. Na época, países ocidentais suspenderam o diálogo no conselho formado por integrantes da Otan e da Rússia.

Interesses comuns

Wipperfürth espera que os dois chefes de governo "reflitam melhor e decidam, paralelamente ao encontro do G20, intensificar as conversas bilaterais". No momento, porém, o especialista vê apenas nuvens negras no horizonte das relações entre Washington e Moscou. "O clima está ruim e eu temo que isso não vá melhorar até o ano que vem", diz.

A desconfiança é grande dos dois lados, afirma Wipperfürth. Ainda assim, ele acredita que falar em Guerra Fria não passa de exagero de parte da imprensa. E que o cancelamento do encontro foi um "gesto simbólico" de Obama.

Apesar da atual tensão entre os dois países, ainda há vários interesses comuns em jogo, como a situação na Ásia Central após a retirada das tropas da Otan no Afeganistão após 2014. Além disso, prova de que os russos buscam uma maior proximidade com o Ocidente seria a nova linha implementada pela política externa de Moscou, que prevê acordos para a criação de uma zona econômica comum com a União Europeia.

Já o diretor do Centro Carnegie de Moscou, Dimitri Trenin, acredita que o cancelamento do encontro entre Obama e Putin pode ainda levar a outras consequências. Em artigo publicado na nesta quinta-feira (08/08), o especialista lembra que Obama e outros chefes de Estado podem simplesmente optar por não mais ir às Olimpíadas de Inverno de 2014, que serão sediadas na cidade russa de Sóchi. No mesmo local será realizada também a cúpula do G8, e a participação dos líderes mundiais pode estar em aberto.

Trenin já enxerga o "fim oficial da política de recomeço" dos EUA em relação à Rússia. E, ainda que no momento não haja uma grave crise, a atmosfera entre Moscou e Washington pode ficar ainda mais pesada.




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