Manifestante empunhando a bandeira turca com a imagem de Mustafa Kemal Atatürk, fundador da Turquia moderna
Por mais que as autoridades turcas considerem que os distúrbios que tomaram as ruas de Istambul e de lá se espalharam para a capital Ancara e demais regiões do país sejam atos de extremistas que não comprometem a estabilidade do governo, não há como negar a existência de um clima de descontentamento com o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan e seu partido, o Justiça e Desenvolvimento (AKP).
Pretexto ou não, o que de início se caracterizava como um protesto isolado contra a derrubada de árvores no Parque Taksim Gezi para a construção de um shopping center ganhou corpo na mesma proporção em que a repressão policial se tornava mais violenta.
Há mais de uma década no poder, ao mesmo tempo em que o AK de Erdogan vem conquistando mais votos a cada eleição, a adesão dos sindicatos ao movimento reforça a posição dos que exigem a renúncia do premier, coro que se propaga com a utilização das redes sociais.
O interessante na questão turca é que a insatisfação de parte de sua população independe da situação da economia do país. O crescimento econômico e a conquista de maior projeção no cenário internacional se contrapõem às críticas de autoritarismo e de questionamentos quanto ao posicionamento do governo contra o regime sírio - que muitos temem que possa acarretar um conflito entre os dois países. Somado a esses fatores, as acusações de interferência na vida privada de seus habitantes, como as restrições em relação à venda de bebidas alcoólicas e alertas contra aquilo que se considera como impróprio ou inadequado para demonstrações de carinho em locais públicos, adicionam outros tipos de ingredientes ao turbulento caldeirão em que a Turquia se transformou nos últimos dias.
Vale lembrar que, apesar de ser um Estado laico, a influência islâmica do partido governamental tem provocado um certo incômodo no que diz respeito à imposição de um pensamento religioso tido como radical por alguns, principalmente os mais jovens.
Por fim, não custa lembrar que a Turquia é um país bem peculiar, muito mais do que a visão caricata transmitida por filmes ou telenovelas. Rota de passagem entre o Ocidente e o Oriente, sua localização estratégica é uma prova de que, ao mesmo tempo em que as tantas e diferentes influências recebidas lhe conferem uma característica única e incomparável, por outro lado, comprovam que nem sempre a convivência entre tradição e modernidade ocorra de forma harmoniosa, deixando no ar o doce perfume do início de mais uma primavera.
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