A começar por Maringá, esta é uma cidade jovem, planejada, de porte médio e de localização geográfica estratégica. Além de ser um importante polo educacional da região, também possui uma boa infraestrutura e um setor de prestação de serviços que não deixa nada a desejar aos grandes centros do país. Juntando todos esses fatores, Maringá possui os atributos necessários para atrair pessoas e empresas a se estabelecerem por aqui.
De qualquer forma, não deixa de ser impressionante perceber que Maringá vem crescendo de forma tão expressiva que, caso esse processo não seja acompanhado de perto e com a devida atenção pelas autoridades locais, o aumento dos problemas, como o aumento da violência e a sensação de insegurança, que já começam a dar seus sinais, podem superar em muito os benefícios provenientes dos investimentos realizados na cidade.
A acelerada transformação espacial, o aquecimento da construção civil e a voracidade da especulação imobiliária são apenas alguns dos fatores que comprovam a intensidade desse crescimento, mas é inegável que, o quê mais chama a atenção dos que moram ou simplesmente passam por aqui, é a quantidade de veículos trafegando pelas ruas.
A cada dia parece que aumenta mais o número de automóveis circulando pela cidade e as dificuldades para se encontrar vagas e os congestionamentos nos horários de pico já são uma realidade para os maringaenses.
É comum ver garagens de residências com mais de um veículo estacionado. A engenharia de tráfego busca soluções para facilitar o fluxo e o acesso a determinados pontos, como a alteração do sentido do trânsito de algumas vias e a criação da ?onda verde?, sistema em que os sinais (faróis ou semáforos, como se chama por aqui) são sincronizados, agilizando a circulação pelas áreas centrais.
Encontrei matérias de dois jornais do norte paranaense que abordam este tema, um de Londrina e outro daqui, destacando a expansão da frota de veículos do Paraná e, mais especificamente, de Maringá.
O interessante é que, através da leitura do texto, podemos perceber que, por trás dessa representativa relação habitantes/ veículos, encontraremos outros elementos que nos darão subsídios para melhor compreendermos essa peculiaridade do Paraná.
Frota do PR se consolida como a 3ª maior do País
Estado tem média de dois habitantes por veículo mesmo sendo o sexto em população e o 13º em média salarial
Av. Visconde de Guarapuava, Curitiba
O Paraná é o sexto Estado mais populoso do País, mas tem a terceira maior frota de veículos, perdendo apenas para São Paulo e Minas Gerais. São 10.439.601 habitantes, segundo o Censo de 2010, e 5.214.179 veículos, de acordo com as estatísticas de fevereiro do Departamento Nacional do Trânsito (Denatran). Os dados incluem automóveis, caminhões, ônibus, motocicletas e tratores.
Quando se considera a proporção entre o número de veículos e a população, o Estado também continua em terceiro lugar. Mas quem ganha, neste caso, é Santa Catarina, com 1,8 habitante por veículo. Em segundo, vem São Paulo, com um índice de 1,9. O Paraná tem dois habitantes para cada veículo.
E a tendência é que a frota paranaense mantenha este destaque no ranking nacional. Nos três primeiros meses de 2011, foram vendidos no Estado 83.305 veículos, segundo a Federação Nacional dos Revendedores (Fenabrave). Mesmo com o fim do IPI zero e a elevação das taxas de juros, o número é 5% maior que o do mesmo período de 2010, quando foram emplacadas 79.238 unidades. No país, o aumento foi de 6,28%.
''Eu diria que o fato de o Paraná ser a terceira maior frota está relacionado com a força das concessionárias, que sabem atrair o consumidor'', afirma Gilberto Deggerone, diretor de Comunicação e de Serviços da Associação dos Revendedores de Automóveis do Paraná (Assovepar). A entidade representa 5.300 lojas no Estado. Para ele, a existência de montadoras no Paraná é outro fator que contribui para o crescimento das vendas. ''O marketing dessas grandes fábricas é muito forte'', afirma.
Embora ressalte que não estudou especificamente a situação, o economista do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Sandro Silva, acredita que a frota paranaense esteja concentrada entre os mais ricos. ''Digo isso pela contradição que existe entre o número de veículos e a média salarial do Paraná'', afirma.
Segundo ele, dados do Ministério do Trabalho referentes a 2009 mostram que o Estado é o 13º em média salarial de trabalhadores com empregos formais. A média paranaense é de R$ 1.378,10, enquanto a brasileira é de R$ 1.535,51. ''Se você andar pelos bairros ricos de Curitiba vai encontrar muitas casas com mais de um veículo por morador'', argumenta.
O diretor comercial da Fiat Marajó de Londrina, Eduardo Meneghetti, discorda. Segundo ele, é a classe C que movimenta o mercado de veículos no Paraná. ''70% dos carros que vendemos são populares'', conta. Ele acredita que a frota brasileira ainda tem muito a crescer, se comparada com a dos Estados Unidos, da Europa e até da Argentina. ''Os Estados Unidos têm um carro para 1,01 habitante. Na Europa, esse índice é de 1,2 e na Argentina, de 1,5. Nós temos um carro a cada 1,7 habitante'', explica. Os números fornecidos por ele se referem apenas a automóveis.
Para o gerente comercial da Ford Tropical de Londrina, Emerson Magro, o paranaense prefere carro a casa na hora de investir. ''A pessoa acha normal pagar R$ 1 mil em parcela do veículo, mas acha caro uma prestação de casa própria no mesmo valor'', afirma. De acordo com ele, as vendas da concesssionária em janeiro e fevereiro deste ano foram 10% superiores às do mesmo período de 2010. ''E olha que os juros hoje estão em 1,75% e, em novembro, eram 1,45%'', compara.
Maringá tem uma das maiores frotas
Proporcionalmente ao tamanho da população, a frota de Maringá é maior que a de Londrina. São 243.655 veículos para 357.117 maringaenses, ou um veículo para cada 1,4 habitante. Em Londrina, são 506.645 habitantes e 295.620 veículos, ou um veículo para 1,7 habitante.
Para Yoshio Sugawara, gerente de Vendas da Concessionária Volkwswagen Servopa, a existência de grandes locadoras de veículos em Maringá é um dos motivos que justificam o tamanho da frota. ''Uma dessas empresas compra em média 160 carros por mês. Os carros são emplacados aqui e levados para todo o País.''
Segundo Sugawara, outra razão é que a ''renda dos maringaenses está acima da média estadual''. ''Há pouco tempo, as pessoas levavam de 3 a 4 anos para trocar de veículo. Agora, esse prazo caiu para 2 anos, 2 anos e meio'', afirmou.
Jovancir Junior, gerente de Vendas da Concessionária Renault Fórmula, também credita o tamanho da frota maringaense à presença de locadoras de automóveis e à boa renda per capta do Município. Segundo ele, a Renault atingiu 50% de crescimento nos dois primeiros meses do ano na comparação com o mesmo período de 2010. ''É que entramos no mercado mais popular, com o Clio e o Logan'', justificou.
Folha de Londrina: 05/04/2011 (Nelson Bortolin)
Maringá tem 3ª maior taxa veículos/habitantes do País
Maringá é o terceiro município do Brasil com maior número de veículos por habitante. Existem 68,5 automotores para cada cem maringaenses.
A cidade líder no ranking é São Caetano do Sul, no ABC paulista, onde 75,4% dos habitantes são motorizados. Em segundo lugar aparece Brusque (SC), com 71,4 veículos para cem moradores.
O mapeamento dos municípios com mais veículos por habitante foi feito pelo jornal Folha de S. Paulo. O Paraná tem 14 cidades na lista, entre elas Curitiba e Londrina. Na capital, 65,4% dos curitibanos são motorizados. Em Londrina, 54,8% dos moradores têm carro.
Mas o que explica tantos automóveis em Maringá? Para o economista Joilson Dias, a resposta está na renda do maringaense. A maioria das famílias pertence às classes A, B e C, que têm acesso ao crédito.
O gerente de vendas da Servopa, revenda Volkswagen em Maringá, Yoshio Sugawara, tem a mesma opinião de Dias.
Ele cita como atrativos à compra de um zero quilômetro as taxas de juros acessíveis e as vantagens oferecidas pelas montadoras, como emplacamento e IPVA grátis.
O rendimento médio do maringaense saltou de R$ 696,88 em 2003 para R$ 1.043,60 em 2008. "Antigamente, quem comprava carro eram as classes A e B. Hoje, até a classe E tem carro zero", diz Sugawara. "A compra do automóvel é vista como realização pessoal", emenda Dias.
O Diário do Norte do Paraná: 20/07/2010 (Carla Guedes)
A ordem das letras e números tem a ver com o lugar em que o veículo é emplacado. Esse esquema começou a ser adotado em fevereiro de 1990, quando as placas amarelas (com duas letras e quatro números) foram substituídas pelas cinza (com...
Primeiro lugar no interior, segundo no Paraná ou vigésima terceira no Brasil, o certo é que, entre as 50 cidades brasileiras como melhor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do país, Maringá aparece - juntamente com Curitiba - com...
Acho que estou na fase dos números. Andei dando uma bisbilhotada no site do IBGE e encontrei várias informações atualizadas que merecem uma atenção especial e que, justamente por isso, julguei ser pertinente dividi-las com vocês. Depois...
É impressionante como Maringá cresce a passos largos. A quantidade de veículos transitando pela cidade só faz aumentar. A indústria vem passando por um momento de aquecimento e falta mão-de-obra qualificada para preencher as vagas de trabalho disponibilizadas....
Pra quem não conhece, Maringá se destaca por dois aspectos que são fundamentais: a considerável qualidade de vida que oferece a seus moradores e o fato de ser uma cidade onde a presença do verde não é apenas uma obrigação, e sim um prazer...