O IDH de Maringá
Geografia

O IDH de Maringá



Primeiro lugar no interior, segundo no Paraná ou vigésima terceira no Brasil, o certo é que, entre as 50 cidades brasileiras como melhor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do país, Maringá aparece - juntamente com Curitiba - com nível "muito alto" (acima de 0,800) de desenvolvimento humano, que varia de 0 a 1.

De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil, organizado pelo Programa nas Nações Unidas para Desenvolvimento (Pnud), no Paraná, apenas Curitiba (0,823) e Maringá (0,808) alcançaram tal classificação.

É claro que, como acontece com cidades cujo crescimento está associado a uma imagem de modernidade, Maringá não está imune a certos problemas que acontecem na maioria das cidades do país. Por mais que os maringaenses se orgulhem da qualidade de vida que desfrutam, não se pode negar que a cidade possui um lado elitista e altamente excludente, coisa que pode ser muito bem observada através da valorização dos terrenos e da efervescência do setor imobiliário como um todo. E são exatamente esses fatores que provocam o deslocamento da população mais carente para municípios vizinhos, como Paiçandu, com IDHM de 0,632 (1.427ª colocada no ranking nacional), e Sarandi, com nota de 0,579 (2059ª posição), o que, no mínimo, camufla e mostra apenas uma face da nossa pretensa realidade primeiro-mundista.

Leia abaixo o artigo de autoria de Bibiana Dionísio publicado no G1 Paraná.

Curitiba e Maringá estão entre as 50 cidades com melhor IDH do Brasil

IDH municipal, medido pela ONU, avalia longevidade, renda e educação.
Ao se analisar todos os estados, Paraná ficou na quinta colocação.

O Paraná possui duas entre as 50 cidades com o melhor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do país. A capital Curitiba e Maringá, no norte do estado, ocupam a décima e a vigésima terceira colocação, respectivamente. O índice foi divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) intitulado "Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013". Em relação as demais unidades federativas, o estado paranaense aparece em quinto lugar.

O IDH mede o nível de desenvolvimento humano de determinada região e vai de zero a um. Quanto mais próximo de zero, pior o desenvolvimento humano; quanto mais próximo de um, melhor. O índice considera indicadores de longevidade (saúde), renda e educação. Este é o terceiro levantamento sobre as condições dos mais de cinco mil municípios do Brasil feito pela ONU. As outras duas edições foram divulgadas em 1998 e 2003. No atlas de 2013, o IDH foi calculado com  base nos dados do censo demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No caso de Curitiba, o IDHM passou de 0,750, em 2000, para 0,823, em 2010, de acordo com o Atlas. O índice é considerado pela ONU ?muito alto?. Entre os aspectos analisados, a educação foi o que mais evoluiu. Enquanto em 2000, 63,51% da população com 18 anos ou mais possuía Ensino Fundamental completo, em 2010, eram 73,96%.

O volume de crianças nas escolas também aumentou. Em 2000, 72,01% das crianças de cinco a seis anos de idade frequentavam a escola. Em 2010, 94,44%.

Em relação ao número de curitibanos com Ensino Superior completo, houve um avanço de 10%. Em 2000, 16,6% da população com 25 anos ou mais haviam concluído uma universidade. Já em 2010, o percentual passou para 26%.

Ao se analisar a longevidade da população, o Atlas mostra que a expectativa nos anos 2000 era de 72,75 anos. Um década depois, a longevidade chegou a 76,3 anos. A mortalidade infantil, até um ano, também apresentou evolução, caindo de 13,4 para 11,9 a cada mil nascidos. 

Outro quesito analisado foi a renda, que também aumentou. Passou de R$ 1.225,28 para R$ 1.581,04 no mesmo período. O Atlas também traz como referência a extrema pobreza. As pessoas são consideradas nesta situação quando a renda domiciliar per capita é inferior a R$ 70,00. Segundo o levantamento, em 2000, 1,41% da população curitibana estava na extrema pobreza, já em 2010 o percentual caiu para 0,48%.  Ainda segundo a pesquisa, o percentual de curitibanos considerados pobres passou de 6,2% para 1,73%. 

Em contrapartida, não houve mudanças muito relevantes ao se analisar a desigualdade. O Índice de Gini, que é um instrumento usado para medir o grau de concentração de renda, passou de 0,59 em 2000 e para 0,55 em 2010.  Assim como o IDHM, o Índice Gini varia de zero a um. Entretanto, quanto mais perto de um, maior a desigualdade.

O perfil elaborado pela ONU coletou ainda dados relacionados ao mercado de trabalho. A taxa de atividade da população de 18 anos ou mais passou de 71,14% em 2000 para 72,99% em 2010. Ao mesmo tempo, a taxa de desocupação na capital paranaense passou de 12,57% em 2000 para 4,46% em 2010.

Maringá

Assim como em Curitiba, em Maringá o IDHM é considerado ?muito alto?, 0.808. Na cidade, entre 2000 e 2010, adimensão que mais cresceu em termos absolutos foi educação, seguida por longevidade e por renda.

De acordo com o Atlas, em 2000, 56,98% da população maringaense com 18 anos ou mais possuia o Ensino Fundamental completo. Dez anos depois, eram 69,06%.

Das crianças entre cinco e seis anos, 78,63% frequentavam a escola em 2000, contra 96,45% em 2010. Ao se analisar quantos haviam concluído o Ensino Médio, os percentuais passam de 48,32% para 63,87%, no mesmo período. Em relação ao Ensino Superior, em 2000, 12,1% da população com 25 anos ou mais possuíam um curso de graduação, já em 2010, o número passou para 20%.

Diante dos dados sobre a renda da população economicamente ativa da cidade, percebe-se que a média de remuneração passou de R$ 916,87 para R$ 1.202,63. Com relação à extrema pobreza houve uma redução mais acentuada: passou de 1,02%, em 2000, e para 0,29%, em 2010. A desigualdade também diminuiu. O Índice de Gini, em 2000, era de 0,55 e, em 2010, 0,49.

A taxa de atividade da população de 18 anos ou mais passou de 70,91% para 72,46%. Ao mesmo tempo, sua taxa de desocupação passou de 10,14%, em 2000, para 4,15%, em 2010.




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