Todo mundo está cansado de saber que a definição de quem ocupará a cadeira presidencial nos Estados Unidos é um processo que traça as diretrizes da política internacional para, pelo menos, os quatro próximos anos a partir da posse do novo presidente.
O que muita gente não sabe é que, com essa mania que muitos de nossos compatriotas tem de se inferiorizar em relação aos gringos, não custa nada lembrar que o processo eleitoral brasileiro é um dos mais avançados do mundo, dando poeira na nação mais poderosa do mundo.
Não que isso nos torne maiores ou melhores do que eles ou qualquer outro país, mas não deixa de ser algo inusitado que a nação do pragmatismo adote um sistema eleitoral tão complexo em que nem sempre o mais votado acaba sendo o eleito.
Na página da BBC Brasil, uma interessante matéria intitulada Conheça dez curiosidades sobre as eleições nos Estados Unidos mostra algumas das peculiaridades que envolvem as eleições estadunidenses, que, aos olhos de hoje, mais do que tradição, chegam a soar como esquisitas ou mesmo engraçadas.
Veja algumas delas.
Por que a eleição é sempre na terça-feira?
O comparecimento às urnas nos Estados Unidos está entre os mais baixos entre as democracias. Mais de um quarto das pessoas não vota alegando estar ocupadas demais. Apesar disso, o esforço para mudar o pleito para os fins de semana fracassou, e a tradição é mantida até hoje.
A terça-feira após a primeira segunda-feira de novembro é a data oficial das eleições americanas desde 1845. Em meados do século 19, os Estados Unidos eram uma nação agrária, e os fazendeiros precisavam de muito tempo para ir aos locais de votação.
Sábado era dia de trabalho, domingo era dia de descanso obrigatório, quarta-feira era dia de mercado. Com isso, a escolha para a votação foi a terça-feira.
O "perdedor" da eleição pode ser o eleito
Em quatro ocasiões na história dos Estados Unidos, o candidato com menor número de votos acabou sendo eleito presidente.
Isso acontece porque o vencedor da eleição presidencial precisa conquistar a maioria dos votos no Colégio Eleitoral, composto por delegados alocados aos Estados de acordo com o tamanho da população. Na maioria dos Estados, o vencedor da maioria acaba levando todos os delegados do Estado no Colégio Eleitoral.
A eleição presidencial americana pode ser vista, na verdade, como 51 pleitos separados (em 50 Estados e na capital, Washington). Quem ganhar 270 votos no Colégio Eleitoral é eleito presidente.
Recentemente, em 2000, George W. Bush recebeu meio milhão de votos a menos do que Al Gore, mas conquistou 271 delegados no Colégio Eleitoral, e acabou vencendo.
É totalmente aceito o fato de que isso pode acontecer novamente agora. Um cenário previsto por analistas indica que Obama conquistaria a maioria dos votos no Colégio Eleitoral e se reelegeria, mas Romney seria o vencedor do "voto popular nacional", ao conquistar muitos eleitores em lugares populosos como Texas e Geórgia.
Presidente Romney e vice-presidente Biden. É possível?
Analistas costumam dizer que a política americana está em seu momento mais dividido em mais de um século. Mas a coisa pode, em tese, piorar muito ainda, com o republicano Romney eleito, e o vice-presidente democrata Joe Biden "reeleito".
Pela Constituição americana, se o pleito terminar empatado no Colégio Eleitoral (algo que acontece em diversas simulações), a decisão sobre o presidente caberia à Câmara dos Representantes.
A maioria nesta casa do Congresso deve permanecer na mão dos republicanos, que escolheriam Romney para a Presidência.
Mas pela mesma cláusula, o vice-presidente é indicado pelo Senado, que deve continuar nas mãos dos democratas, que elegeriam Biden.
"Um empate histórico ? que provocaria manifestações que fariam a briga recente sobre o programa de saúde do governo parecer uma parada de Dia de Ações de Graças - parece uma conclusão lógica da paralisia partidária", escreveu na terça-feira a colunista do New York Times Maureen Dowd.
Só um terço dos EUA decide o pleito
No dia 6 de novembro, a eleição americana será decidida por menos de um terço da população. O resultado na maioria dos Estados do país, incluindo quatro dos cinco mais populosos, é tão previsível que candidatos republicanos e democratas sequer se dão ao trabalho de visitá-los durante a campanha.
Eles preferem garantir o apoio nos Estados onde já lideram e concentrar a campanha nos "Estados pêndulo", os indecisos que acabarão decidindo quem obterá 270 votos no Colégio Eleitoral.
A eleição acaba sendo decidida mesmo pelos "Estados pêndulo", onde vivem 30% dos americanos. Para os 70% dos americanos em lugares como Califórnia, Texas, Geórgia e Nova York, seus votos são importantes para confirmar o resultado previsto nas pesquisas, mas dificilmente mudarão o rumo do pleito.
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