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Quociente eleitoral ou a matemática para reeleger raposas velhas


A cada nova eleição, a grande maioria dos eleitores, cansada de assistir impotente os mandos e desmandos de seus políticos que, via de regra, agem em causa própria em vez de representar os anseios do cidadão por melhorias na sociedade, anseios que são a razão da existência de seu cargo e de sua eleição, procura, em vão, votar em novos candidatos e projetos mas, ao abrirem-se as urnas, são cruelmente surpreendidos com a reeleição das mesmas raposas velhas, reafirmando suas descrenças no sistema político.

Mas por que isso acontece quando mais de 75% dos votos válidos são confiados aos candidatos novos que, não raro, ficam apenas com 25% das vagas, quando as velhas raposas que tiveram menos de 25% dos votos, ficam em geral, com mais de 70% das vagas?

Isso acontece por uma conta perversa do sistema eleitoral brasileiro para eleições legislativas (ou proporcionais) chamado quociente eleitoral.

E o que vem a ser o quociente eleitoral?

O quociente eleitoral é um cálculo aplicado às eleições legislativas (vereadores e deputados) que visa garantir a proporcionalidade representativa de partidos nas composições das câmaras e assembléias, onde o número de votos válidos (total de votos, excluídos as abstenções, brancos e nulos) é dividido pelo número de vagas em disputa e o resultado obtido dessa divisão, dá direito ao partido que, na soma dos votos de todos os seus candidatos mais os da legenda, indicar o mais votado dos seus candidatos a ocupar uma das vagas em disputa, somando-se mais vagas, na medida que os votos do partido vai duplicando, triplicando, quadruplicando e assim, sucessivamente, esse resultado obtido.

Exemplo: Imaginemos uma eleição municipal onde o total de votos válidos para vereador foi de 300.000 votos e estavam em disputa 20 cadeiras de vereador. Dividindo os votos válidos pelas cadeiras, chega-se ao número de 15.000 votos, o quociente eleitoral.

Nesta eleição, o partido A, somando os votos de todos os seus candidatos mais os votos de legenda conquistou 43.000 votos, o que lhe garante duas vagas diretas e lhe deixa uma sobra de 13.000 votos. Após preenchidas todas as vagas por eleição direta (aquelas que atingiram 15.000 votos ou múltiplos deste) faz-se um novo cálculo para dividir as cadeiras restantes, onde é dividido o total de votos do partido (no caso do exemplo, 43.000) pelo número de cadeiras conquistadas, mas aquela pleiteada, no caso 3, e esse número, 14.333 vai ser comparado com a realidade de outros partidos, ficando a vaga com aquele que obtiver um número maior de votos na divisão.

Na teoria, a intenção desse cálculo é boa, pois garantiria ao partido político e não ao candidato a representação formal na sociedade de sua ideologia, mas como diz o ditado, de boas intenções o inferno está cheio, esta intenção inicial não foge à regra, e acaba na prática, por iludir o eleitor comum, transferindo seu voto dado num candidato novo para um candidato velho.

Como isso ocorre?

Como foi explicado acima, os partidos atingem o quociente eleitoral pela soma dos votos de todos os seus candidatos em disputa, do mais votado ao menos votado, bastando para se eleger, que o candidato seja o mais votado do grupo de candidatos lançados pelo partido que atingiu o quociente para, na prática levar a reboque os votos de todos os outros candidatos para garantir os votos necessários para sua eleição.

Deste modo, sabedores dessa fórmula maquiavélica, as velhas raposas, montam as chapas de vereador e deputado de modo a evitar que candidatos com maior potencial de votos que eles componham e dividam com eles a chapa, garantindo que sejam eles os eleitos mas primeiras posições da chapa, restando aos demais, viver da esperança de hipotéticas sobras. Com isso, o seu voto naquele jovem idealista de seu bairro com discurso motivador que lhe empolgou e o fez acreditar mais uma vez na política, acaba, no frigir dos ovos, no cesto daquele velho vereador/deputado assistencialista e corrupto que você queria ver bem longe da câmara.

Como evitar que o seu voto no novo reeleja o velho?

A única maneira de evitar que seu voto venha a somar para reeleger um velho político é, antes de decidir seu
voto em um candidato novo, buscar conhecer seu partido e os demais candidatos desse partido, afim de não
ter surpresas e descobrir que no mesmo partido do seu candidato há uma raposa velha escondida na penumbra esperando seu voto cair no cesto. Se for o caso, procure outro candidato até encontrar um que, em caso de não eleito, seu voto não ajude na eleição ou reeleição de alguém que você despreza.

Assim, fique de olho, antes de votar para vereador lembre que antes de votar no candidato, você está votando no partido dele, veja se está de acordo com as idéias desse partido e se na lista de candidatos que este partido está lhe apresentando não há ninguém com chances reais de eleição, como um vereador pelego ou um empresário corrupto, que você não quer ver eleito de jeito nenhum. Só assim você vai ter a certeza de que seu voto bom não ajudou a eleger candidato ruim.

Franklin Fouad Abbas Maciel


Texto publicado no Jornal GAZETA VALEPARAIBANA




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