Vamos separar bem as coisas. Em termos culturais, os anos 80 representaram um período de grande efervescência, mas se formos observar sobre como se caracterizava a economia brasileira daquela época, aí, meus amigos, o buraco é mais embaixo.
Se nos anos 70 vivenciamos a fantasia ilusória do ?milagre econômico? conduzido pelos tecnocratas a serviço dos militares, os resultados da farra de um Brasil gigante e crescendo a ritmo acelerado não podiam dar em outra.
Os reflexos não tardaram a aparecer. Chegamos à década de 80 sob a sombra das incertezas. Eram tempos de hiperinflação (os índices da inflação mensal gravitavam na casa dos dois dígitos). Para quem nunca ouviu falar sobre isso, imagine você sair de manhã para comprar pão a um determinado valor e, quando voltasse à padaria no final do dia, o preço do produto já teria aumentado.
Como naquela época não existia código de barras, os funcionários dos supermercados trabalhavam ativamente com suas maquininhas etiquetadoras colocando os preços em cada um dos produtos expostos.
Numa situação dessas, é claro que quem pagou o pato foi o povão. Como a economia estava estagnada, a produtividade era baixa e as taxas de desemprego elevadas.
A realidade não deixava de ser diferente para a grande parcela dos trabalhadores que tinham o privilégio de possuir um emprego formal. A expressão achatamento salarial fazia parte do vocabulário cotidiano de então e a classe média padecia com a acentuada perda do seu poder de compra.
A dívida externa só fazia crescer e o pagamento de juros dissecava as nossas parcas reservas. O déficit público era enorme. Quase ninguém acreditava ou se arriscava a realizar investimentos no Brasil. Muita gente vivia de especulação e aplicava nos open markets e overnights da vida, que eram muito mais seguros e apresentavam uma rentabilidade muito maior do que empatar capital em algo que não pudesse assegurar um retorno garantido numa economia frágil como a nossa.
Alguém disse que o brasileiro vive de esperanças. Talvez isso seja verdade. A redemocratização mostrava que havia luz no fim do túnel. Em 1985, a eleição (indireta) de Tancredo Neves, nos dava essa certeza. Nem a sua morte antes da posse foi capaz de abalar a nossa convicção de que a coisa iria de fato mudar. E pra melhor.
Eis então que assume o vice, José Sarney. Entre as medidas tomadas para conter o dragão da inflação, em 1986 é lançado o Plano Cruzado, que foi abraçado pela população com euforia. Mudança na moeda (antes era o Cruzeiro), corte de três zeros (Cr$ 1.000 = Cz$ 1,00), mas ainda não seria daquela vez que a nossa sorte iria mudar, ainda mais carregando todo o carma e peso de uma cruz em nosso dinheiro.
A população aderiu com entusiasmo à causa do Cruzado, marcando em cima e denunciando todo aquele que desrespeitasse o congelamento de preços estabelecido pelo governo.
Muita água ainda ia rolar até que as coisas começassem a demonstrar uma melhora real.
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