Se é que fúria tem cor, seria ela branca ou preta?
Pois é, pode parecer clichê, mas não deixa de ser interessante um filme que, em vez de falar em igualdade, vira às avessas o problema da discriminação racial e mostra uma sociedade totalmente ao contrário de tudo aquilo que estamos condicionados a ver há séculos.
Como seria o mundo se os negros representassem a elite dominante, que desfruta de todas as vantagens e benefícios do sistema, enquanto que aos brancos, coubesse a função de classe subalterna, a força de trabalho barata, segregada e sem perspectivas futuras?
Estou falando de uma produção de 1995, protagonizada por John Travolta e Harry Belafonte, intitulada White Man's Burden (leia as duas postagens anteriores para entender o significado da frase), em que o astro de Grease (Nos Tempos da Brilhantina), Saturday Night Fever (Os Embalos de Sábado à Noite) e Pulp Fiction (Tempo de Violência) representa um pacato operário, chamado Louis Pinnock, que comete a ousadia de cruzar o caminho de Thaddeus Thomas, um empresário de prestígio.
A partir daí o óbvio entra em ação, numa sucessão ininterrupta de lugares-comuns, o que é perfeitamente compreensível.
Para uma produção que pretende enfocar de maneira inversa uma questão que provoca tanto mal estar como o preconceito racial, todos os estereótipos devem ser perdoados e entendidos como uma figura alegórica que reforça a mensagem da obra.
Se bem que fica no ar a pergunta: Será que nessa história haveria espaço para vítima e vilões?
Só não me venha com o papo de que o filme levanta uma bandeira contra o racismo ou, ao contrário, que reforça esse sentimento. É só um filme, que pode te fazer pensar ou não. É preto no branco e pronto.
Antes que eu me esqueça, este é um dos poucos casos em que a adaptação do título original para o português foi bem apropriada e feliz. Além de não ser nada comercial, talvez ?O Fardo do Homem Branco? perdesse o seu sentido e não fosse bem compreendido pelo público brasileiro.
Título original: White Man's Burden
Gênero: drama
Duração: 1 hora e 29 minutos
Ano de lançamento: 1995
País de origem: Estados Unidos e França
Estúdio: A Band Apart / HBO / Chromatic / Rysher Entertainment / Union Générale Cinématográphique
Distribuidora: Savoy Pictures (EUA) / Lumière (Brasil)
Direção: Desmond Nakano
Roteiro: Desmond Nakano
Produção: Lawrence Bender
Música: Howard Shore
Fotografia: Willy Kurant
Direção de arte: John Ivo Gilles
Figurino: Isis Mussenden
Fdição: Nancy Richardson
Informações obtidas no site Adoro Cinema.
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