Geografia
Tragédia na Região Serrana: o número de mortos aumenta a cada dia
Teresópolis - Imagem capturada na Internet
(Fonte: Último Segundo - Foto: Marino Azevedo/AP Photo)
De acordo com o que foi noticiado no Portal G1, ontem, o número de vítimas das últimas chuvas e deslizamentos que atingiram a Região Serrana do Rio de Janeiro é de 841 mortos. Infelizmente, este número tende a crescer, uma vez que as autoridades locais contabilizaram mais de 500 pessoas desaparecidas.
O município mais atingido foi o de Nova Friburgo, com 401 mortos, seguido por Teresópolis (344), Petrópolis (67), Sumidouro (22), São José do Vale do Rio Preto (06) e Bom Jardim, com uma vítima fatal.
De acordo com a Defesa Civil Estadual, os desabrigados, ou seja, aqueles que perderam tudo e necessitam de abrigos públicos chegam a 12.293 pessoas e os desalojados, aqueles que estão na casa de vizinhos ou familiares, é na ordem de 12.281.
A situação geográfica (serra), o sítio das cidades (nos vales), a declividade e as condições do solo e meteorológicas (pluviosidade elevada) associadas à estação do ano constituem elementos favoráveis para o desencadeamento de desastres naturais e sociais, tendo em vista a ocupação humana e, principalmente, desordenada nas áreas afetadas.
Como podemos verificar, a quantidade de água não só atingiu as encostas e as moradias construídas nestas ou no sopé destas, como o seu fluxo intenso e a grande velocidade varreram todo o curso dos rios e riachos, localizados no vale, destruindo totalmente e/ou parcialmente áreas de cultivos e habitações ao longo deste.
A força da enxurrada foi tão violenta que alterou a geografia da maior parte dos pontos atingidos na Região Serrana, modificando o curso dos rios, preenchendo vales com lama (sedimentos) e abrindo cicatrizes nas encostas. Os engenheiros do Exército (Instituto Militar de Engenharia - IME) estão trabalhando no mapeamento das áreas, identificando os pontos críticos, a fim de estabelecer medidas na solução dos problemas.
Teresópolis - Imagem capturada na Internet
(Fonte: Último Segundo - Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo)?
Só para se ter uma ideia da gravidade, o Centro para a Pesquisa da Epidemiologia de Desastres da Organização das Nações Unidas (ONU), sediada na Bélgica, classificou o desastre natural e social da Região Serrana do Rio de Janeiro entre os dez piores deslizamentos do mundo nos últimos 111 anos. Este também foi considerado o segundo maior do mundo no último ano, o terceiro maior da década e o pior de toda a história do Brasil .
A constatação dos especialistas, segundo a publicação na Revista Veja, não é novidade para muitos brasileiros, mesmos aqueles desprovidos de conhecimento técnico e científico. Segundo os mesmos, problemas semelhantes ao que aconteceu na Região Serrana do Rio já vêm sendo registrados, há anos, em outros pontos do território brasileiro e as explicações incidem na ?falta de vontade política e de investimentos?.
Isso não é novidade para ninguém. Eu só acrescentaria ainda a falta der conscientização da população, que mesmo tendo conhecimento a diversos eventos similares, insistem em sobrepor às condições geológicas e naturais do terreno, impróprias, para a ocupação humana, construindo moradias a revelia dos riscos reais e de sua sobrevivência (e de seus familiares).
Como era esperado, os problemas de saúde começaram a ser registrados nos municípios afetados pela tragédia. Já foram registrados seis casos de leptospirose, doença provocada pelo contato com a urina de rato, sendo cinco casos em Nova Friburgo, município mais afetado pelos deslizamentos (e com o maior número de mortos) e um caso em Teresópolis.
Além disso, a população principalmente de Nova Friburgo vem sofrendo problemas respiratórios em consequência da poeira suspensa no ar, nas principais via de acesso e de trânsito, pois como tempo está seco, a lama que encobriu a cidade gerou uma densa poeira. Para evitar maiores complicações, muitas pessoas estão fazendo uso de máscaras.
Até quando veremos casos iguais a estes que aconteceram na Região Serrana do Rio? Eu mesma presenciei e registrei neste espaço, post do dia 15 do m6es em curso, situações de risco em Penedo, distrito do município de Itatiaia, localizado na região sul do estado. Quais foram as medidas tomadas pelo Poder Público a fim de evitar novas tragédias? Nenhuma! Até porque o que está em jogo é o poder do dinheiro, o poder econômico do turismo e das construções de chalés e hotéis para os inúmeros turistas que para lá se dirigem.
Até quando, vamos presenciar tal imprudência, descaso e insensatez?
Fontes:
. Portal G1 (diversas edições)
. Revista Veja
-
Região Serrana Do Rio De Janeiro: Permanência Do Caos Versus Chuvas De Verão
Imagem apenas para efeito ilustrativo do texto - Imagem capturada na Internet (Fonte: ?Cultura Mix.com) DESCASO... Esta é a palavra mais apropriada para retratar a situação dos moradores da Região Serrana do Rio de Janeiro. Além da ocupação...
-
Tragédia Na Região Serrana Do Rio De Janeiro
Teresópolis - Imagem capturada na Internet (Fonte: Notícias R7) ? Atualização às 22h10 (anexação de imagens de Penedo)? Há tempo estou para reiniciar as minhas postagens no Blog, mas o tempo escasso não me permitiu tal feito até então....
-
Chuvas Em Santa Catarina: Estado De Emergência No Município De Ilhota
imagem capturada da Internet Mais uma vez, as condições meteorológicas voltam a preocupar a região Sul do país, mais especificamente, no estado de Santa Catarina, que no ano passado sofreu com as enchentes e deslizamentos de terras no Vale do Itajaí,...
-
Especialistas Divergem Sobre Maior Tragédia Climática Da História Do País
Pesquisadores e geólogos divergem sobre o evento considerado a maior tragédia climática da história do país. As diferentes opiniões levam em conta o período de medição das chuvas e a contagem das vítimas, já que o Brasil não possui um banco...
-
O Que Está Acontecendo Por Aí...parte 2
A chuva que atinge o Rio de Janeiro desde segunda-feira, dia 05 de janeiro, provocou a morte de mais de uma centena de pessoas e deixou milhares de desabrigados e desalojados.Além da tragédia na vida da população, o impacto das chuvas no Rio...
Geografia