PT esconde números que provam que seus governos são lixo
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PT esconde números que provam que seus governos são lixo


Acabei de ler um artigo (obrigado pela indicação, Anselmo!) que mostra a crise instalada no Ipea pela censura à divulgação de informações que provam que, ao contrário do que alardeia a propaganda petista, a concentração de renda aumentou de 2006 a 2012. De fato, dois funcionários desse Instituto pediram exoneração por discordarem dessa censura absurda, que denota um profundo e autoritário aparelhamento do Estado.
 
Esse episódio prova que, até recentemente, os governos do PT não censuravam as instituições de pesquisa de forma escancarada, tal como acontece na Venezuela e na Argentina, porque a continuidade da política econômica de FHC num contexto internacional extremamente favorável tornava possível dar continuidade a alguns avanços iniciados com o Plano Real sem que o PT fizesse qualquer das reformas estruturais de que o Brasil necessita. Mas, à medida que os bons ventos da economia mundial pararam de soprar, e que novas pesquisas mais detalhadas provaram que os governos do PT não têm mérito nenhum, a única saída foi esconder os dados e desmontar os órgãos de pesquisa.
 
Dados escondidos e corte de verbas
 
O melhor exemplo disso é o IBGE. A desconcentração de renda medida pela PNAD apresentou uma forte redução a partir de 1995 e, embora tenha perdido velocidade nos governos do PT, sua continuidade tornava possível à propaganda oficial martelar a mentira descarada de que tudo tinha começado com Lula. Mas a PNAD vem mostrando que houve estagnação ou até reversão da queda da desigualdade de 2011 em diante, e é justamente nesse momento que se vê essa pesquisa ser prejudicada por falta de verbas!
 
De fato, o IBGE já havia dado início a um importante salto qualitativo na PNAD, que era transformar essa pesquisa anual numa pesquisa aplicada continuamente e que produziria dados divulgados a cada trimestre. Mas agora a chamada PNAD Contínua foi suspensa por falta de dinheiro! Enquanto isso, o Ipea se nega a divulgar os números da PNAD anual, os quais destroem o mito petista de que estaria havendo desconcentração de renda! E o mesmo ocorre com a pesquisa do Ipea que, com base em informações do Imposto de Renda, prova que a desconcentração de renda medida pela PNAD se restringe à diminuição da distância entre as classes média e baixa, posto que a distância entre os ricos e os demais estratos de renda aumentou!
 
Complacência com o PT
 
Vejamos esta excelente síntese que o livro Complacência faz sobre o Brasil atual:
O país está pagando o preço de não ter se preparado adequadamente para quando chegasse o fim da "etapa fácil" do crescimento, baseada na ocupação de pessoas originalmente desempregadas e da capacidade ociosa existente em 2003. A partir de 2004, tivemos 10 anos ao longo dos quais deveríamos ter aprimorado muito mais nossa educação, melhorado a poupança doméstica, dado um salto na infraestrutura etc. Tudo que, na prática, não ocorreu (Giambiagi; Schwartsman, 2014, p. 114).
Como o artifício de culpar o governo FHC por esses fracassos já não cola mais, visto que o PT teve muito tempo para fazer alguma coisa e não fez nada que preste, a tentação de construir um "mundo virtual" por meio da fabricação de dados estatísticos aumenta muito. Mas os autores mostram alívio ao comentar que, ao contrário do que ocorre na Argentina, onde o índice de inflação oficial é uma ficção, "[...] a Presidente Dilma tem agido de forma institucionalmente irrepreensível em diversos casos e nós temos sistemas de checks and balances que se equilibram e funcionam melhor do que em países como a Venezuela e a Argentina, onde a força do poder central é claramente maior que no Brasil" (Idem, p. 115).
 
Esse livro saiu publicado neste ano, mas os fatos posteriores envolvendo o IBGE e Ipea, conforme resumi acima, já mostraram que o aparente respeito do governo da Presidente pelos valores republicanos varia de acordo com o grau de dificuldade que ela enfrentar para se manter no poder... Quanto mais a fantasia oficial se descolar dos fatos, mais as instituições de pesquisa vão sofrer nas garras do PT.
 
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GIAMBIAGI, F.; SCHARTSMAN, A. Complacência. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.




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