A Prefeitura de Pequim, na China, interditou temporariamente 103 fábricas altamente poluidoras e retirou das ruas 30% da frota governamental de veículos, informou a imprensa estatal nesta terça-feira (29). Apesar das medidas, a poluição atmosférica na capital chinesa continua em níveis perigosamente elevados.
Há cerca de dois meses a qualidade do ar fica nas categorias ?muito insalubre? ou ?nociva?. Na terça-feira, um índice mantido pela embaixada dos EUA em Pequim chegou a 517, descrito pela embaixada como ?além do índice?.
É comum que a poluição por material particulado em Pequim supere 500 partes por milhão. Acima de 300, o índice é considerado nocivo, embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomende um nível diário não superior a 20.
Neste mês de inverno a poluição em Pequim bateu um recorde, entre 30 e 45 vezes acima do limite aceitável, o que cobriu a cidade com uma espessa nuvem que paralisou voos e obrigou as pessoas a permanecerem em ambientes fechados.
Ações do governo ? O próximo primeiro-ministro do país, Li Keqiang, somou sua voz aos apelos para conter a fumaça tóxica, mas ofereceu poucos detalhes e disse que não há solução rápida.
?Por um lado, temos que aumentar a força da gestão ambiental e outras tarefas oficiais, e, por outro lado, devemos lembrar ao público para reforçar a proteção pessoal. Esta situação exige conscientização e participação de todas as pessoas e nossa administração conjunta?, afirmou.
Segundo estudo da Universidade de Pequim e da organização não-governamental Greenpeace, partículas microscópicas de poluentes no ar mataram cerca de 8,6 mil pessoas em 2012 e causaram US$ 1 bilhão em prejuízos econômicos em quatro cidades chinesas.
As taxas de câncer de pulmão em Pequim também cresceram até 60% na última década, de acordo com uma reportagem do estatal ?China Daily? em 2011, apesar da reduzida incidência do tabagismo.
(Fonte: Globo Natureza)