Geografia
O referendo e a cultura colonialista
Desde a chegada dos "colonizadores" às terras americanas, a elite branca, representada principalmente por espanhóis, ingleses e portugueses, houve um continuado extermínio aos povos nativos do novo continente, com o claro objetivo de tomar suas terras e riquezas. Para que isto se concretizasse, os europeus praticaram as mais variadas atrocidades e, de quebra, impuseram um modelo social alienígena que nada tinha em comum com as crenças e modo de vida dos povos conquistados.
Durante os quinhentos anos que se seguiram, os povos nativos (chamados indevidamente de índios), foram subjugados a essa "ordem" social imposta, onde suas riquezas e dignidade, foram sendo suprimidas em favor da prosperidade da elite branca colonialista.
A América Latina, é exemplo típico desse modo de conquista de terras e riquezas (não se pode esquecer que, a África, também sofreu e sofre as conseqüências do colonialismo).
Com tudo isso, o colonialismo, resiste. E está representado no continente americano pelos grandes grupos econômicos ? as corporações, que detêm o monopólio da exploração da commodities, da mídia, dos governantes e da justiça. Assim, continuam a explorar o povo e a sua riqueza, sem serem importunados.
Ao longo do tempo, seguidas ditaduras militares serviram a este propósito. Pois os tiranos acabavam com a oposição e com a resistência do povo a essa espoliação continuada.
Mas, aos poucos, está havendo uma mudança nessas relações. Com a eleição dos chamados "esquerdistas", a democracia começou a se concretizar e isso incomoda a quem está acostumado a impor.
Muitos países estão passando por mudanças e, por isso, conflitos.
A Bolívia é palco de uma quase guerra civil. De um lado a elite branca, que representa os interesses das corporações e, de outro, do povo (indígena ou não), que quer melhorar suas condições de vida. Assim, neste final de semana, aconteceu um referendo revogatório na Bolívia, que tinha como meta, ratificar ou não, o governo do presidente Evo Morales e seu vice, e de oito governadores. O resultado manteve Evo com mais de 65% dos votos, assim como seis governadores.
O que isto representa?
Para mim, é a mostra de que, o mundo tem jeito (mesmo que demore). Aos poucos, as mudanças vão acontecendo e, os conservadores, defensores incondicionais do colonialismo, vão perdendo a sua força junto a opinião pública, que poderá fazer a diferença. Mas, enquanto os grandes grupos econômicos e seus interesses, mantiverem seu poder, será um grande empecilho a essas mudanças.
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