The White Man's Burden (Apologies to Kipling), de Victor Gillam, revista "Judge", 1899
Depois de falar sobre o documentário Schooling the World, ficou clara a referência ao poema The White Man's Burden (em portugês, O Fardo do Homem Branco, como diz o título da postagem), escrito pelo romancista e poeta britânico Rudyard Kipling, publicado na revista popular McClure?s, em 1899, com o subtítulo The United States and the Philippine Islands.
O poema é uma espécie de exortação ao poder imperial, um alento para que a florescente potência estadunidense, envolvida com a Guerra Filipino-Americana (1899-1902) e com questões resultantes do conflito com a Espanha (a Guerra Hispano-Americana, de 1898), como o controle de suas antigas colônias, assumissem de vez a responsabilidade do "fardo" da conquista e o dever da doutrinação sobre os povos atrasados, tão necessitados de amparo e orientação, como Reino Unido e outras nações europeias já haviam feito.
Dentro do pensamento vigente na época, trata-se de um eufemismo onde se percebe a crença numa superioridade racial quase divina que impõe ao homem branco a obrigatoriedade de civilizar as regiões atrasadas do mundo. Tudo isso encoberto por um forte senso moral e religioso.
Em outras palavras, uma nobre justificativa para as agressivas políticas expansionistas, mas carregada de um sentimento de entrega, de desprendimento, em nome de uma missão salvadora.
?The White Man's Burden?
("O Fardo do Homem Branco")
Tomai o fardo do Homem Branco -
Envia teus melhores filhos
Vão, condenem seus filhos ao exílio
Para servirem aos seus cativos;
Para esperar, com arreios
Com agitadores e selváticos
Seus cativos, servos obstinados,
Metade demônio, metade criança.
Tomai o fardo do Homem Branco -
Continua pacientemente
Encubra-se o terror ameaçador
E veja o espetáculo do orgulho;
Pela fala suave e simples
Explicando centenas de vezes
Procura o lucro de outro
E outro ganho do trabalho.
Tomai o fardo do Homem Branco -
As guerras selvagens pela paz -
Encha a boca dos Famintos,
E proclama, das doenças, o cessar;
E quando seu objetivo estiver perto
(O fim que todos procuram)
Olha a indolência e loucura pagã
Levando sua esperança ao chão.
Tomai o fardo do Homem Branco -
Tem a mão-de-ferro dos reis,
Mas, sim, servir e limpar -
A história dos comuns.
As portas que não deves entrar
As estradas que não deves passar
Vá, construa-as com a sua vida
E marque-as com a sua morte.
Tomai o fardo do homem branco -
E colha sua antiga recompensa -
A culpa de que farias melhor
O ódio daqueles que você guarda
O grito dos reféns que você ouve
(Ah, devagar!) em direção à luz:
"Porque nos trouxeste da servidão
Nossa amada noite no Egito?"
Tomai o fardo do homem branco -
Vós, não tenteis impedir -
Não clamem alto pela Liberdade
Para esconderem sua fadiga
Porque tudo que desejem ou sussurrem,
Porque serão levados ou farão,
Os povos silenciosos e calados
Seu Deus e tu, medirão.
Tomai o fardo do Homem Branco!
Acabaram-se seus dias de criança
O louro suave e ofertado
O louvor fácil e glorioso
Venha agora, procura sua virilidade
Através de todos os anos ingratos,
Frios, afiados com a sabedoria amada
O julgamento de sua nobreza.
Fontes de consulta:
http://en.wikipedia.org/wiki/The_White_Man's_Burden
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/homem_branco.htm
http://pt.wikisource.org/wiki/O_fardo_do_Homem_Branco
http://www.fordham.edu/halsall/mod/kipling.asp
http://historymatters.gmu.edu/d/5478/
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