Durante o estudo, analistas estudaram todo o relevo litorâneo destes arquipélagos
A pesquisa analisou o gelo destas regiões e permitiu a obtenção de muita informação sobre as últimas centenas de milhares de anos, graças à paleoclimatologia, ciência que ganhou importância nos últimos anos uma vez que suas descobertas permitem calcular melhor o impacto da mudança climática na superfície terrestre.
Até agora se imaginava que o nível das águas tinha subido mais de 20 metros, mas o último estudo concluiu que foram entre seis e 13, segundo a análise a cargo de uma equipe de geólogos da Universidade de Colúmbia, em Nova York.
Segundo os cientistas, até agora se estimava que no Pleistoceno, época na qual se produziram quatro glaciações intercaladas com períodos mais quentes, o nível das águas nas ilhas Bahamas e Bermudas aumentou mais de 20 metros em comparação com o atual, devido a uma alta das temperaturas.
No entanto, os analistas estudaram o relevo litorâneo destes arquipélagos e concluíram que o crescimento das águas há 400 mil anos foi menor do que se pensava.
Na Antártida, onde em algumas áreas a massa de gelo alcança os cinco quilômetros de espessura sobre sua superfície rochosa, as geleiras se estendem além dos limites do continente e formam extensas camadas sobre as grandes baías do Oceano Antártico.
O aumento, segundo os cálculos de Maureen Raymo, paleoclimatóloga da Universidade de Colúmbia e autora principal do artigo, deve ter oscilado entre seis e 13 metros e aconteceu em grande parte porque as camadas de gelo da Groenlândia e da costa oeste da Antártida se "colapsaram", ou seja, derreteram totalmente.
Por outro lado, as camadas de gelo do leste do continente resistiram melhor ao aumento das temperaturas, já que nesta região a massa de gelo é maior e se comportou de forma mais estável frente às variações do clima ao longo da história.
Esta diferença entre regiões se deve ao fato de na Groenlândia e na costa oeste da Antártida "o clima não ser tão frio como ao leste e serem áreas mais próximas a um oceano de águas cálidas", explicou Maureen à Agência Efe.
Segundo a especialista americana, estes novos cálculos permitirão prever de forma mais precisa como a mudança climática atual afetará o nível das águas nos próximos anos.
Neste sentido, Maureen indicou que, embora suas estimativas sejam menores que as mantidas até agora, "um aumento do nível do mar entre seis e 13 metros na atualidade seria desastroso para nossa sociedade".
No presente, as camadas de gelo da Groenlândia e do oeste da Antártida são também as duas que derretem a maior velocidade, segundo diferentes medições realizadas por satélite, ressaltou Maurenn.
No entanto, como aconteceu no Pleistoceno, a camada do leste da Antártida volta a resistir melhor ao aumento global da temperatura terrestre, apesar dos geólogos continuarem preocupados com a perda de gelo ocorrida em suas regiões litorâneas nos últimos anos.
Jornal O Estadão
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