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Megacidades favorecem a propagação de doenças
Apesar de o depoimento que transcrevo abaixo ter sido dado em 2002, esse tema continua mais do que atual.
O processo, considerado irreversível, de criação de megacidades é um fator que favorece o surgimento de doenças da miséria (dengue, tuberculose, chagas) e de doenças do desenvolvimento (problemas cardiovasculares, hipertensão, diabetes). A opinião é do epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Sérgio Arouca, que participou de uma mesa-redonda sobre a saúde nas megacidades durante o 5º Congresso Brasileiro de Epidemiologia, em Curitiba.
Para ele, também devem ser incluídos no rol de doenças do desenvolvimento os acidentes de trânsito e a violência. ?É um grave problema de saúde pública?, afirmou. ?Antes de chegar à polícia chegam ao posto de saúde.? Arouca reforçou sua opinião de que a saúde é resultante da relação entre o homem e o meio ambiente. ?E, à medida que as pessoas estão vivendo mais, novos problemas vão surgindo?, disse. ?A epidemiologia precisa estar vigilante nas doenças emergentes, nos problemas que ainda não se conhecem.? Para ele, a solução dos problemas se dará com o ?engajamento da sociedade?.
Adaptado de: Evandro Fadel (O Estado de S. Paulo, 23 mar. 2002.)
Como você pôde ver, as palavras de Sérgio Arouca refletem com exatidão que no Brasil impera o descaso e o total despreparo para que medidas efetivas que visem o combate à proliferação de doenças infecto-contagiosas sejam adotadas com maior contundência.
A saúde pública é uma questão de segurança nacional. E, como o próprio epidemiologista deu a entender, se inexistem ações governamentais neste sentido, cabe à sociedade civil botar a mão na massa e usar todo o seu poder de mobilização e organização para enfrentar mais esse problema que já deixou de ser invisível e está mais do que presente ao nosso redor.
Qualquer semelhança com o momento pelo qual estamos atravessando não se trata de mera coincidência.
O processo, considerado irreversível, de criação de megacidades é um fator que favorece o surgimento de doenças da miséria (dengue, tuberculose, chagas) e de doenças do desenvolvimento (problemas cardiovasculares, hipertensão, diabetes). A opinião é do epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Sérgio Arouca, que participou de uma mesa-redonda sobre a saúde nas megacidades durante o 5º Congresso Brasileiro de Epidemiologia, em Curitiba.
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