O desejo de Henry Ford em intensificar a produção de borracha na Amazônia brasileira para abastecer a sua indústria automotiva, passava pela criação de um povoado tipicamente estadunidense, tanto no estilo arquitetônico das casas como nos diversos serviços oferecidos a seus habitantes.
Além disso, Ford queria que a sua cidade construída no meio da selva não apresentasse os mesmos vícios que vinham, de acordo com o seu ponto de vista, corrompendo os bons valores que ele tanto prezava e valorizava. Para isso, a sua exigência era que determinadas regras fossem respeitadas, de acordo com a fiel obediência a um rígido código de conduta, como, por exemplo, a proibição do consumo de bebida alcoólica.
Em uma passagem do livro de Gregg Grandin intitulado ?Fordlândia? (Editora Rocco, 400 páginas), o autor menciona uma importante visita de Getúlio Vargas a Belterra, no estado do Pará, acontecida no dia 8 de dezembro de 1940.
A Ford, tão avessa à presença de sindicatos em suas fábricas, estava preocupada sobre como as novas leis trabalhistas criadas por Vargas poderiam atingir a empresa em sua empreitada em terras amazônicas. A apreensão maior dos executivos da companhia residia no fato de que as operações da Ford estavam sob a jurisdição do Ministério do Trabalho, e não do Ministério da Agricultura, tornando-a sujeita à legislação que concedia amplos direitos aos trabalhadores.
Já em Manaus, depois de deixar Belterra - para onde se transferiu o grosso das operações iniciadas em Fordlândia -, Getúlio fez um discurso considerado histórico por defender a ocupação da região e levantar a bandeira do desenvolvimento do norte do país.
O pronunciamento presidencial conhecido como ?Marcha para o oeste? pode não ter representado exatamente a imediata adoção de uma política que incentivasse a diminuição das desigualdades regionais existentes no Brasil, mas já amadurecia o pensamento, dentro do contexto da época, de como o povoamento da Amazônia era considerado estratégico para as nossas pretensões.
Não se tratava apenas de buscar meios que favorecessem o crescimento industrial de uma área de proporções tão gigantescas. Também fica evidente que, de forma implícita, o governo federal estava dando uma espécie de recado sobre a importância da defesa de nossa soberania quanto a interesses estrangeiros em território nacional.
É claro que não foi Getúlio Vargas o responsável pelo fracasso das aventuras da Ford em nosso país (assunto este para uma outra oportunidade). O que não posso deixar de destacar é que a sua fala revela que o homem de então encarava a floresta simplesmente como um obstáculo a ser transposto, o que facilita a compreensão de que realmente se acreditava que os recursos da natureza eram infinitos e que deviam ser explorados ao máximo, em nome do progresso.
Leia a seguir um trecho extraído do referido livro de Grandin, que mostra uma parte do que disse Getúlio Vargas:
?A mais elevada tarefa do homem civilizador?, disse o presidente brasileiro, era ?conquistar e dominar os vales das grandes torrentes equatoriais?, transformando sua forca cega e sua extraordinária fertilidade em energia disciplinada. ?A Amazônia (...) irá se tornar um capítulo na história da civilização.?
Se quiser saber mais sobre o assunto, dê uma olhada em duas interessantes matérias que encontrei na internet.
http://www.brasiloeste.com.br/noticia/1327/a-marcha-para-o-oeste
http://hid0141.blogspot.com/2010/04/marcha-para-o-oeste.html
Como disse na postagen anterior, sempre vale a pena sonhar. Os sonhos transcendem culturas, tendências ou ideologias. Todos nós sonhamos. É o sonho que move o homem. Se existe alguém que bate no peito com toda propriedade para afirmar que sonhar...
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Conheça através deste documentário a cidade de Fordlândia, que foi o nome dado a uma gleba de terra adquirida pelo empresário norte-americano Henry Ford, através de sua empresa Companhia Ford Industrial do Brasil,...
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