No século XVII, com o domínio holandês em Pernambuco, um significativo contingente de judeus se viu atraído a atravessar o Atlântico para se fixar na região.
Seria errado imaginar que essa leva de imigrantes era composta por desesperados refugiados religiosos. Na verdade, esses judeus de origem portuguesa eram vistos com profundo interesse pelos holandeses em virtude de suas posses para a realização de investimentos na atividade açucareira e também por sua fluência no idioma de Camões, o que, por razões óbvias, facilitava grandemente as relações comerciais na colônia.
Em contrapartida, essa importante e representativa colônia judaica encontrou no que hoje é Recife as condições necessárias para o florescimento de suas atividades, o que foi favorecido por uma situação bem peculiar, senão estranha, para os padrões da época: a tolerância religiosa.
Em 1654, com a expulsão definitiva dos holandeses, o receio de sofrerem novas perseguições fez com que os judeus abandonassem o território brasileiro e tomassem destinos diversos.
Alguns se estabeleceram nas ilhas do Caribe e também na América do Norte, mas o curioso dessa história é que, dos cerca de 400 judeus que retornaram para os Países Baixos em 16 navios, um pequeno grupo composto por 23 pessoas (quatro casais, duas viúvas e treze crianças) que estava a bordo de uma das embarcações, Valk, teria se perdido dos demais. Os desgarrados, segundo diz a lenda, acabaram sendo resgatados e encaminhados para Nova Amsterdã, na ilha de Manhattan, local de funcionamento de um pequeno entreposto da Companhia das Índias Ocidentais, onde hoje existe, nada mais nada menos, do que a cidade de Nova York.
Se essa convivência harmoniosa com outras religiões na tão sonhada Nova Jerusalém não foi o suficiente para dar fim à diáspora (dispersão), algumas marcas da presença judaica no nordeste brasileiro foram deixadas como herança, como a construção da primeira sinagoga das Américas, a Kahal Kadosh Zur Israel, em solo recifense.
E são justamente essas e outras passagens que compõem o livro "Jerusalém Colonial: Judeus Portugueses no Brasil Holandês" (Civilização Brasileira), de autoria do historiador Ronaldo Vainfas, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), um minucioso estudo sobre a presença dos judeus em nosso país, cujo processo de pesquisa contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
Sinopse:
Jerusalém Colonial, de Ronaldo Vainfas, apresenta um estudo detalhado da história dos judeus portugueses no Brasil. O renomado historiador se valeu de fontes pouco conhecidas e documentos já estudados para relatar a formação dessa comunidade no nordeste colonial sob o governo holandês, e foi além ao mostrar as metamorfoses identitárias deste povo que viveu a diáspora dentro da diáspora. Junto a este título inédito, a Civilização Brasileira lança também Trópico dos pecados. Esgotada há anos nas livrarias, a consagrada obra de Vainfas, ganha nova edição que reacende a discussão sobre moral, sexualidade e Inquisição no Brasil Colonial.
O olhar geral e antropológico de Vainfas revela a dinâmica das redes comerciais sefarditas no capitalismo comercial do século XVII e os êxitos e fracassos destes cristãos-novos que se reconverteram ao judaísmo. Jerusalém Colonial inova ao mostrar como esta mudança teve que se adaptar às nuances do clima tropical e ao ambiente religioso inusitado provocado pelo convívio entre o protestantes e católicos. A tolerância religiosa incentivada por Maurício de Nassau propiciou a formação da primeira sinagoga da América, um espaço de disputa e tensões em Pernambuco.
As primeiras levas de imigrantes chegaram entre 1635 e 1637. Poucos anos depois, a Inquisição começa a agir e assim tem início a insurreição, que culmina com a expulsão dos holandeses em 1654. Neste curto espaço de tempo, os judeus que se instalaram no Brasil conheceram a resistência dos calvinistas e a complacência ambígua dos católicos. A prosperidade econômica incentivada pelo governante holandês permitiu que o grupo exercesse ao máximo a especial competência para o comércio e refundasse as bases da religião renegada no mundo ibérico.
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