O mundo chegou à marca histórica de 7 bilhões de habitantes.
Como não podia deixar de ser, o símbolo escolhido pela ONU para marcar a passagem desse acontecimento é uma criança asiática, continente este que conta com uma população de 4,2 bilhões de pessoas, ou seja, 60% da população mundial.
Há doze anos atrás, em 1999, quando se atingiu os 6 bilhões de pessoas, não por acaso se elegeu um menino europeu, Adnan Nevic, nascido em Saravejo, capital da Bósnia e Herzegovina, recém saída de um conflito devastador, como representante da esperança de um futuro melhor.
É verdade que mundo não deixou lá de ter os seus conflitos, mas a menina filipina chamada Danica May Camacho, nascida em Manilla, dois minutos antes da meia-noite do último domingo, não deixa de ser um claro exemplo da preocupação que aflige a cada um de nós sobre as perspectivas vindouras.
De qualquer modo, os desafios que se vislumbram nos deixam mais perguntas do que respostas. A associação entre crescimento demográfico e exploração dos recursos naturais é uma questão vital para a nossa sobrevivência e também a do nosso sofrido planeta.
Pensando nisso (e mais um pouco), achei por bem reproduzir um texto muito bom de Ivan Lessa publicado na página da BBC Brasil.
Nós, 7 bilhões
Nós, 7 bilhões, desconfiamos da data escolhida para marcar um evento sem fundamento científico: o dia em que também se comemora o Halloween, Dia das Bruxas e ainda "Raloim".
Nós, 7 bilhões, questionamos a validade das pesquisas que indicam o nascimento de um de nós a cada 51 minutos.
Nós, 7 bilhões, perguntamos pelos dados referentes a quantos sobem, pedem o boné ou batem com as dez por minuto? Nós, 7 bilhões, consideramos a omissão um desrespeito aos mortos deste e de todos os tempos.
Nós 7 bilhões, insistimos em saber por que não 7.101.345.857 ou 6.978.502.231, com casa decimal para indicar evolução fracionária?
Nós, 7 bilhões, aceitamos o capricho numerológico, que não é mais que uma faixa a ser dada para o heptabilionésimo habitante desta bola achatado nos polos, que também está fichada e registrada como Mundo em estudos tidos como de séria metodologia. Nós, 7 bilhões, teríamos prazer em cumprimentar este cidadão, mas não acatamos como verdade a conta imaginada.
Nós, 7 bilhões, aceitamos, no entanto, as cifras, para não criar mais um caso entre as organizações que lidam com essas supostas verdades. Nós, 7 bilhões, reiteramos nossa boa vontade e disposição afim de não criar marolas, ondas ou tsunamis num planeta já caquético e manquitola.
Nós, 7 bilhões, agradecemos o fato de que ainda não fomos chamados de terráqueos. Quando, e se tal acontecer, nós, 7 bilhões, nos defenderemos com qualquer arma que estiver à mão, seja pedra ou engenho nuclear.
Nós, 7 bilhões, somos gente. Pobres, desgraçados, sofridos, humilhados, ofendidos, pisoteados, doentes, esfomeados e sedentos, mas gente. Não repararam nisso?
Nós, 7 bilhões, nos revoltamos com essa transformação em número a que nos impuseram. Nós, 7 bilhões, desconfiamos desse relógio empregado para nós e das motivações para seu uso.
Nós, 7 bilhões, não somos simbólicos. Nós, 7 bilhões, não fazemos parte de qualquer rede de comunicação social. Nós, 7 bilhões, estamos sós. Sós, sós, sós.
Nós, 7 bilhões, fedorentos e esfarrapados, pouco importa nosso verdadeiro número (que ninguém sabe e nunca saberá), já nos acostumamos, em nossa miséria, a canalhices e injustiças maiores.
Nós, 7 bilhões, empunhando cartazes imaginários porém eloquentes e cobertos de verdades, acampamos e ocupamos este planeta acusando que ele deveria ser nosso mas é de vocês, uma minoria que se recusa a ser contada em qualquer engenho informático.
Nós, 7 bilhões, não endossamos produto algum. Nós, 7 bilhões, não temos nada o que comprar e pouco para vender. Nós, 7 bilhões, vamos vivendo, por assim dizer.
Nós, 7 bilhões, sabemos ou assistimos ao que decidiram que é contagem: subiu um aqui agora, e outro ali e mais outro logo adiante.
Nós, 7 bilhões, apontamos para o fato com choro e vela. Nós, 7 bilhões, ouvimos o espoucar de vários chegando em seguida, os tais "51 por minuto", e, apesar de todos os enganos, esperançosos, louvamos o fato.
Nós, 7 bilhões, observamos que eles já vêm brincando de onomatopeia, como se fossem essas, como serão, suas únicas chupetas: plop e plop e plop.
Nós, 7 bilhões, não somos 7 bilhões. Somos a quadratura do círculo, o número secreto que jaz por trás da construção das pirâmides, o pi em toda sua extensão.
Ninguém nos conhece, ninguém nos conhecerá. Fiquem descansados. Apesar de tudo, só chacinamos por uma questão de estética e equilíbrio. Mas chacinamos. Contem quantos somos, só não contem conosco.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/10/111031_ivanlessa_tp.shtml
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