A Open Knowledge Internacional lançou no último dia 9 o Índice Global de Dados Abertos de 2014, que mostra que apesar de haver progressos, a maioria dos governos ainda não está disponibilizando informações chave e em formato acessível para seus cidadãos e empresas. Com as estimativas recentes da empresa de consultoria McKinsey e outras de que os benefícios potenciais dos dados abertos superam US$ 1 trilhão, um progresso lento pode por em risco uma grande oportunidade.
Para Rufus Pollock, fundador e presidente da Open Knowledge Internacional, ?a abertura de dados governamentais leva à democracia, responsabilidade e inovação e permite que os cidadãos saibam e exerçam seus direitos e traz benefícios à toda a sociedade em áreas que vão desde o transporte até a saúde e educação?. ?Houve nos últimos anos um aumento no apoio aos dados abertos por parte dos governos, mas o Índice deste ano mostra que o verdadeiro progresso caminha mais lentamente do que a retórica?, completa.
O Índice traz um ranking de países baseado na disponibilidade e acessibilidade de informações em dez áreas centrais que incluem gastos governamentais, resultados eleitorais, horários dos meios de transportes e níveis de poluição.
Nesta edição, o Reino Unido aparece em primeiro lugar, com uma pontuação de 96%, seguido pela Dinamarca e França, que saiu do 12º lugar no ano passado para ocupar a terceira posição. A Finlândia ficou em quarto, enquanto Austrália e Nova Zelândia dividem o quinto lugar. Resultados impressionantes foram obtidos pela Índia ? que passou do 27º para o décimo lugar ? e por países da América Latina, como Colômbia e Uruguai, que dividem a 12º posição. Dentre os países analisados, Serra Leoa, Mali, Haiti e Guiné obtiveram as piores colocações, porém há governos menos abertos que não foram incluídos no Índice devido à falta de abertura ou de uma sociedade civil engajada. Já o Brasil, apesar de uma pequena melhora (54% contra 48% no ano passado), caiu do 24º lugar em 2013 para o 26º, atrás de países como Uruguai, Colômbia e Chile na América do Sul.
De modo geral, ainda que haja um aumento significativo no número de bases de dados abertas (de 87 para 104), a porcentagem de bases de dados abertas entre todos os países analisados permanece baixa, de apenas 11%.
Mesmo entre os líderes em dados governamentais abertos há ainda espaço para melhorias: os Estados Unidos e Alemanha, por exemplo, não oferecem um registro aberto e consolidado de corporações. Além disso, o grau de abertura de dados detalhados sobre gastos governamentais foi decepcionante: a maioria dos 97 países não publica ou limita as informações disponíveis, com exceção apenas do Reino Unido e Grécia. Isso chama a atenção num momento de crescimento lento e austeridade em muitos países e em que dar acesso aberto e gratuito a este tipo de dado seria uma forma de economizar dinheiro público e aumentar a eficiência do governo.
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