Geografia

FOME NA EUROPA

SITUAÇÃO NO LESTE EUROPEU

[...] a melhora da provisão mundial de alimentos, nos anos 60 e 70, foi passageira; desde os anos 80, a fome e a desnutrição se expandem. O fantasma da fome reaparece onde parecia estar banido para sempre. Crianças de rua em todo Leste europeu passam tanta fome quanto boa parte da população da América Latina e do sul da Ásia. Segundo um relatório da Unicef, a cada ano morrem mais de 7 milhões de crianças, vítimas da subnutrição. E o maior "modelo de sucesso" neoliberal consiste na universalização da cozinha dos pobres. No Leste Europeu, em 1970, o único país da região onde havia mais de 5% da população passando fome era a Albânia, mas esse país ganhou a companhia de outros países após a queda do socialismo na Europa Oriental. Em 2003, figuravam entre os países com mais de 5% da população subnutrida: Albânia, Croácia, Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Sérvia-Montenegro, Macedônia, Bulgária, Moldávia e Eslováquia. A Rússia também teve mais de 5% da população passando fome. Não coincidentemente, isto aconteceu depois do fim da União Soviética, no período de 1995 a 1998. Um projeto apresentado em Bruxelas (Setembro de 2011) prevê que o orçamento destinado aos mais pobres do bloco passe no ano que vem de 480 milhões de euros para 113 milhões de euros. As Organizações não-governamentais alertam para os riscos dos cortes e chamam a atenção para o que pode provocar uma verdadeira ?crise humanitária? já em 2012. Com menos 80% dos fundos europeus, ?as associações deixarão de distribuir cerca de 130 milhões de refeições no ano que vem?, avisa o responsável da ação social da Cruz Vermelha, Didier Piard. Atualmente apenas uma minoria dos representantes dos países europeus defende o orçamento em vigor. ?Nós não temos nada contra ajudar os necessitados, mas isso faz parte da política social, que é responsabilidade dos Estados-membros?, comentou um diplomata que não quis se identificar. O programa europeu de ajuda alimentar (PEAD - European Program of Food Aid to the most Deprived) foi criado em 1987. Ele possibilita a distribuição de comida para mais de 13 milhões de pessoas em 19 dos 27 países da União Europeia.

Fontes:
http://www.portugues.rfi.fr/europa/ - UE/FOME - publicado em 19 de Setembro de 2011
http://obeco.planetaclix.pt/rkurz24.htm
http://caouivador.wordpress.com/2007/09/13/a-fome-no-mundo/

NA UNIÃO EUROPÉIA...

Os países ricos são obrigados, legalmente e por outras medidas de pressão a destruir grandes quantidades de alimentos ou a limitar severamente sua produção para garantir um preço mínimo a seus camponeses. É a lógica absurda do dinheiro, comenta Ziegler (2001). Criadores simplismente limitam sua produção de leite porque a lei o obriga. Alguns estados só concedem um determinado contingente e se produz mais litros do que sua cota é multado. Isso ocorre também com pecuaristas da França, Itália, espanha e até Alemanha. Periodicamente a U.E. faz queimar ou destruir por meios químicos montanhas de carne e milhares de toneladas de produtos agrícolas de todo tipo. Até pouco tempo, o maior distribuidor de alimentos do planeta (Franz Fischler) todos os anos distribui 300 bilhões de francos franceses em subsídios aos camponeses, pecuaristas e agricultores da Europa para garantir o nível elevado dos preços dos produtos agrícolas. Uma alternativa é a derrama de um ganho direto dos produtores, um prêmio à preguiça. Os camponeses cobrariam uma renda da união Européia para deixarem de produzir alimentos, pois as queimas impostas pelo recebimento de subsídios custa a cada ano somas astronômicas à U.E, e portanto, aos contribuidores. A FOME é um tema tabu e nas escolas quase não é discutido. Josué de Castro, no livro "Geopolítica da Fome" explica que as pessoas se sentem tão envergonhadas de saber que uma grande parte de seus semelhantes morre por falta de alimento que ocultam o escândalo com um espesso silêncio. Essa vergonha é compartilhada pelo colégio, pelos governantes e pela maioria de nós.

ALEMANHA (EUROPA) - O OUTRO LADO DA FARTURA

O pretenso capitalismo "social" alemão também permite, segundo dados confiáveis da Associação Alemã para Defesa da Criança, que as famílias pobres vejam aumentar cada vez mais o índice de mortalidade ou doenças em seus filhos, graças à alimentação deficiente. Alguns professores de bairros com alta incidência de desemprego relatam que, ao final do mês, não é raro que crianças da pré-escola desmaiem por falta de comida, já que os pais não lhes podem pagar o café da manhã ou o almoço. Em muitas escolas, tornou-se comum estudantes famintos mendigarem um pãozinho a seus colegas mais remediados. Mesmo aqueles que, pelas aparências, têm bastante o que comer, sofrem com a falta de nutrientes vitais. De fato, a lógica da redução de custos faz com que a indústria alimentícia retire ingredientes básicos de seus produtos externamente tão vistosos, a fim de torná-los rentáveis. "Fast food" e comidas instantâneas simulam uma qualidade que não possuem. Um pacote de "sopa de galinha" de uma empresa alemã (ver site original), com rendimento de 4 pratos, contém somente 2 gramas de "galinha desidratada", em bolotinhas. Dessa maneira, produz-se uma sensação permanente de fome, que enseja o consumo de mais alimentos com baixo teor de proteínas. O resultado são pessoas doentes, inchadas, que não vivem melhor do que os esfaimados. Da mesma maneira perversa que o mercado produz o fenômeno da fome, é ele próprio que reage a essa situação, com sua indústria suplementar de "complementos alimentares", na forma de vitaminas, minerais etc., que deveriam estar contidos numa alimentação balanceada.

FONTE: Robert Kurz, em http://obeco.planetaclix.pt/rkurz24.htm

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