Meus alunos das duas oitavas séries de 2009Pensei em escrever algo de especial para expressar o profundo carinho que sinto pelos meus alunos do Notre Dame, que, neste final de ano, se despedem da escola para tomarem um novo rumo e enfrentarem uma outra etapa em suas vidas.
Imaginei escrever frases e mensagens bonitas, mas achei melhor deixar o coração se manifestar e a inspiração fluir. Tudo de forma natural.
Como disse na postagem anterior, a internet é um campo fértil para a difusão de ideias e pensamentos, e nem sempre sabemos se aquilo que está sendo divulgado corresponde à realidade. Mas, no caso do que vou mostrar agora, sinceramente, pouco importa se a informação é verídica ou não. Vale pela mensagem.
O texto que reproduzo a seguir é supostamente de autoria de um jovem, como vocês, candidato no processo de seleção da Volkswagen do Brasil, quando os candidatos eram questionados com a seguinte pergunta: "Você tem experiência??
A redação tida como vencedora, é um primor de originalidade. É uma prova de que podemos enxergar coisas belíssimas nos mais simples e corriqueiros acontecimentos do dia-a-dia.
Agradeço a todos pela oportunidade de poder conhecê-los e também por poder oferecer-lhes a minha pequena parcela de contribuição na história de vida de cada um de vocês.
Os ensinamentos, a cobrança, as aulas chatas e as agradáveis, as chamadas de atenção, os papos, as brincadeiras, as piadas todas engraçadas (não me venham dizer o contrário), a gozação a que foi submetido pelo início melancólico do Flamengo no Brasileirão e a minha posterior vingança com a arrancada rubro-negra rumo ao título (isso vocês nunca vão esquecer!), o brilhos nos olhos de vocês quando faziam uma pergunta que ia além do conteúdo estudado, mas que tinha tudo a ver com a minha proposta, e, por fim, a satisfação de saber que cumpri com o meu papel.
Valeu, afilhados!
Que vocês tenham um futuro promissor. Perseverança e sucesso, mas que, acima de tudo, vocês sejam pessoas corretas e que amem e respeitem os seus semelhantes.
Vamos logo ao que interessa.
Já fiz cosquinha na minha irmã pra ela parar de chorar.
Já me queimei brincando com vela.
Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto.
Já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo.
Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.
Já passei trote por telefone.
Já tomei banho de chuva e acabei me viciando.
Já roubei beijo.
Já confundi sentimentos.
Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro.
Já me cortei fazendo a barba apressado, já chorei ouvindo música no ônibus.
Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer.
Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas.
Já subi em árvore pra roubar fruta.
Já caí da escada de bunda.
Já fiz juras eternas.
Já escrevi no muro da escola.
Já chorei sentado no chão do banheiro.
Já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.
Já corri pra não deixar alguém chorando.
Já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado.
Já me joguei na piscina sem vontade de voltar,
Já bebi uísque até sentir dormente os meus lábios.
Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.
Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso.
Já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já apostei em correr descalço na rua,.
Já gritei de felicidade.
Já roubei rosas num enorme jardim.
Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um "para sempre" pela metade.
Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol.
Já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.
Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração.
E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita: "Qual sua experiência?".
Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência... experiência...
Será que ser "plantador de sorrisos" é uma boa experiência?
Sonhos!!! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos!
Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta:
Experiência?
Quem a tem, se a todo o momento tudo se renova?