Esquerda investiu no caos e os bandidos tiraram proveito
Geografia

Esquerda investiu no caos e os bandidos tiraram proveito


Não adianta querer eximir certos "movimentos sociais" de esquerda, adorados por nossos professores de história e de geografia, de culpa pelas depredações e agressões que estamos vendo. Mas tem gente confundindo informações para fazer isso, conforme esta passagem de comentário publicado ao post Legitimação da violência nas universidades.
O mais engraçado disso tudo é querer culpar os militantes de esquerda pela violência nos atuais protestos, visto que os militantes do PSTU, PSOL e PCR que ousaram levar bandeiras de partidos para as passeatas foram expulsos e em alguns casos até agredidos pelos demais manifestantes. 
Fica difícil imaginar algo mais ridículo do que atribuir a violência dos protestos a esquerda quando essa mesma esquerda está sendo agredida nesses mesmos protestos.
O comentário ignora, sem querer ou de propósito, as mudanças ocorridas após a deflagração da violência. A responsabilidade pelas arruaças e depredações acontecidas na primeira marcha convocada pelo Movimento Passe Livre ? MPL deve-se única e exclusivamente às ideologias de esquerda que informam certos militantes dessa organização e dos partidos radicais que a apoiam. Não foi coisa de meia dúzia de aproveitadores, não. Afinal, o Movimento das Diretas Já levou milhões de pessoas às praças e ruas pacificamente, assim como as passeatas pelo Fora Collor mobilizaram centenas de milhares de pessoas sem gerar violência e depredações. E o mesmo se deu nas várias marchas contra a corrupção ocorridas já com o PT no poder: nada de violência. Em contraste, a primeira marcha organizada pelo MPL em São Paulo, no dia 06 de junho de 2013, reuniu apenas 2 mil pessoas e, mesmo assim, o que se viu foi isto:
Protegidos por barricadas de fogo, cones e lixo, manifestantes fecharam as Avenidas Paulista, 23 de Maio e 9 de Julho, depredaram as Estações Consolação, Trianon-Masp e Brigadeiro do Metrô, além de um acesso da Vergueiro, e destruíram lixeiras e novos pontos de ônibus que foram encontrando pelo caminho. Pelo menos 50 pessoas ficaram feridas, segundo organizadores, incluindo o fotógrafo do Estado Daniel Teixeira (O Estado de São Paulo, 07.06.2013).
Por que os tais aproveitadores não atacaram em nenhum dos outros eventos que mencionei, que eram muito maiores? Nos casos da Diretas Já e das passeatas pelo impeachment, a resposta é que os protestos transcorreram pacificamente porque a esquerda radical representava uma parcela minúscula dos manifestantes e também porque a massa estava saindo às ruas para atacar governos aos quais a esquerda radical se opunha. Já no caso das marchas contra a corrupção, os radicais estavam ausentes por não se incomodarem se houver roubalheira em governos de esquerda. Mas, na primeira marcha promovida pelo MPL, em que os esquerdistas radicais somavam todos ou a grande maioria daquelas 2 mil pessoas, o que se viu foram depredações e violência. Aliás, há alguns dias atrás, 600 pessoas protestaram contra a corrupção em São Bernardo do Campo, bem em frente a um edifício onde o Lula tem um apartamento. E o protesto foi pacífico, já que não havia militantes de esquerda no local. Mais uma demonstração de que a violência está ligada à esquerda radical, que segue as teses defendidas pelos luminares da nossa academia em seus textos, livros, palestras e salas de aula.

O segundo tempo dos protestos

Portanto, a hostilidade contra os militantes do MPL, do PT, PSOL e de outros partidos de esquerda só começou a acontecer no segundo tempo das atuais manifestações, quando uma multidão de pessoas que nada tinha a ver com essa turma decidiu sair às ruas para fazer reivindicações fora da pauta do MPL, como a rejeição à PEC 37 e os gastos exorbitantes com a Copa. Essas pessoas rejeitam a oposição fascistoide de partidos de esquerda que não se incomodam com corrupção em governos de esquerda, mas também não estão satisfeitas com os partidos democráticos de oposição, como o PSDB e o DEM, já que estes também não fazem uma oposição efetiva aos descalabros em curso!

Certo, podem dizer que, em 21 de junho de 2013, sem a presença dos radiciais, houve vandalismo e saques no Rio e em São Paulo. A resposta para isso é que, como a maior parte da imprensa acusou a polícia ? especialmente a paulista ? de ter agido com violência desnecessária no segundo e no terceiro dias de marcha, fazendo com que se anunciasse publicamente que a polícia ficaria afastada nas mobilizações seguintes, então aí, sim, os aproveitadores perceberam que o caminho estava aberto para roubar e quebrar. 

A violência ideologicamente orientada da esquerda e a complacência de grande parte da imprensa e da opinião pública com esse desmando deixaram o governo politicamente acuado, abrindo caminho para a chegada dos vândalos sem ideologia, que não estavam presentes quando esquerdistas convocados pelo MPL e por partidecos radicais começaram a investir no caos. Quando a polícia se afasta, os bandidos aproveitam, conforme evidenciado nos textos abaixo. E dizer isso nada tem a ver com qualquer justificativa para casos de abusos praticados por policiais, é óbvio. Até porque, a polícia e a justiça já dispõem de mecanismos institucionais para corrigir e punir os abusos, como em qualquer democracia.

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