Febre Zica
A doença é descrita como uma febre aguda, com sintomas similares aos da dengue, porém mais brandos. Com isso, além da febre, seus sintomas são dores de cabeça e no corpo, bem como manchas avermelhadas na pele.
Em geral, sua taxa de hospitalização é baixa e, tal como a dengue e a febre chikungunya, a febre Zica é autolimitada, podendo durar de 3 a 7 dias, quando ? em geral ? seus sintomas desaparecem naturalmente.
Em muitas situações, o paciente é diagnosticado com uma virose (embora seja provocada por um vírus), ficando sem saber que teve o zika vírus.
O mosquito é infectado ao picar um indivíduo doente, ou seja, portador do vírus, seja este humano ou alguma espécie de macaco, durante os três primeiros dias de doença.
Seu nome se refere à floresta Zica, localizada na Uganda, no continente africano, onde o vírus surgiu e foi identificado pela primeira vez.
Ele já foi encontrado na Ásia, na Oceania e, neste ano, nove países latino-americanos confirmaram a doença. Além do Brasil, Chile (ilha de Páscoa), Colômbia, El Salvador, Guatemala, México, Paraguai, Suriname e Venezuela.
No Brasil, a epidemia de Zika (e, ao mesmo tempo, da microcefalia) começou na região Nordeste, mas como ele é um vírus novo em nosso país, seu alastramento é certo ocorrer em todo o território nacional, em caráter epidêmico, alertam os especialistas.
De acordo com os últimos dados oficiais, divulgados nas mídias, 18 estados brasileiros já têm registro da doença, como o Rio de Janeiro. E, com isso, a preocupação e medidas preventivas se tornam necessárias em decorrência não só quanto à epidemia da febre Zica, mas ? sobretudo ? às mulheres gestantes quanto aos riscos eminentes dos fetos desenvolverem microcefalia.
Até o final do mês de novembro foram registrados 1.248 casos de microcefalia em 14 Unidades Federativas do país, sendo em 13 estados e no Distrito Federal.
Não devemos esquecer que parte da responsabilidade a este quadro evolutivo da doença e da proliferação do mosquito Aedes aegypti se deve à população, uma vez que o mosquito, geralmente, se desenvolve em água parada e limpa, na maioria das vezes, localizadas no interior e/ou no quintal das residências.
Por isso, devemos cooperar, eliminando os possíveis focos das larvas do inseto, evitando o acúmulo de água em pratos de plantas, caixas de água destampadas, garrafase pneus largados a céu aberto, sem proteção, entre outras medidas.
Mas, não restam dúvidas que o Governo brasileiro, em suas três instâncias, federal, estadual e municipal, falhou em termos de programas e campanhas de combate ao mosquito Aedes aegypti.
O país já sofre com a epidemia da dengue há anos, inclusive, com um número de óbitos altíssimo. Só para se ter uma ideia, os dados oficiais deste ano, até o final do mês de março, contabilizam cerca de 130 mil pessoas mortas em decorrência das complicações com a dengue. A febre chikungunya acometeu o país mais no ano passado (2014), mas seus sintomas são mais brandos, não levando o doente ao óbito (eu mesma fui vítima do seu vírus).
Por isso e, sobretudo, em razão do vetor transmissor de ambas ser o mesmo da Febre Zica, o governo tinha a obrigação de adotar medidas preventivas, antes, durante e depois, ou seja, de forma contínua, sem interrupções, de combate ao mosquito Aedes aegypti.
Quem mais sofre é a população que, por sua vez, precisa ser mais consciente quanto aos perigos de se criar ambientes propícios ao desenvolvimento do mosquito, a partir de suas larvas, eliminando os focos de água parada.
Os especialistas orientam às mulheres que estão tentando engravidar e que vivem em áreas consideradas endêmicas (Zica vírus), que o melhor é evitar, enquanto o número de ocorrências for elevado. E, também, até que medidas preventivas possam surtir efeitos, com a redução dos mosquitos e, consequentemente, da epidemia.
Agora, para as mulheres grávidas são indicadas medidas de proteção à picada do mosquito, como o uso de repelentes apropriados, mosquiteiro na cama, telas na janelas e outras ligadas à eliminação de focos das larvas do inseto, assim como seja evitada viagens a áreas com epidemia da Zica.