Geografia
Desastre nuclear no Japão
Bom, agora sim é um desastre nuclear mesmo.
Um novo foco de incêndio foi descoberto na manhã de quarta-feira no Japão (noite desta terça-feira em Brasília) na seção nordeste do prédio do reator 4 na usina nuclear japonesa de Fukushima Daiichi, disse um funcionário da Tokyo Electric and Power Co. (Tepco), que administra a instalação.
O novo incêndio acontece um dia depois de uma explosão provocar um primeiro incêndio e danificar o teto do edifício que abriga o reator, anunciou a imprensa japonesa.
Os novos problemas na usina aproximam o Japão de um desastre nuclear. Mesmo antes do segundo incêndio, o governo japonês afirmou nesta terça-feira que os níveis de radiação após os incidentes atingiram níveis que podem afetar a saúde humana.
O nível teria voltado ao normal após algumas horas, de acordo com o porta-voz Yukio Edano. A Tepco, informou que, no momento do pico de radiação, uma hora de exposição superava em oito vezes o limite legal permitido para um ano. Por sua vez, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a radiação detectada na usina caiu de forma significativa após a extinção do primeiro incêndio no reator 4 do complexo.
Em pronunciamento na televisão, o primeiro-ministro Naoto Kan pediu calma à população e recomendou àqueles que vivem a menos de 30 km da usina que não saiam de casa. Kan também determinou que os moradores que ainda estão a menos de 20 km da usina deixem o local. "Ainda há um risco muito alto de que mais radiação vaze", afirmou.
Cerca de 800 funcionários da usina também foram retirados do local, segundo a Tokyo Electric Power. Outros 70 continuam trabalhando para tentar conter o desastre. Segundo o presidente da Autoridade Francesa de Segurança Nuclear (ASN), André-Claude Lacoste, o acidente nuclear de Fukushima alcançou um nível de gravidade maior do de Three Mile Island, em 28 de março de 1979, mas não chegou ao nível de Chernobyl, de 1986.
"Está muito claro que estamos em um nível seis, que é intermediário entre o que aconteceu na ilha Three Mile e Chernobil", disse o presidente da ASN, Andre-Claude Lacoste, em Paris nesta terça-feira
O temor de que possa haver o derretimento dos núcleos dos reatores do complexo nuclear, que fica 250 km a nordeste de Tóquio, aumentou após uma nova explosão na manhã desta terça-feira (horário do Japão), a terceira desde o terremoto que atingiu o país há quatro dias. A explosão ocorreu no reator 2, que os engenheiros tentavam estabilizar. Outros dois reatores já haviam sofrido explosões.
Um incêndio no reator 4 nesta terça-feira também teria queimado barras de combustível e levado a vazamentos radioativos.
Segundo a agência de notícias japonesa Kyodo News, foram detectados níveis de radiação mais altos ao sul de Fukushima. Em Tóquio, os níveis estariam acima do normal, mas sem apresentar riscos à saúde, segundo o governo.
Outras explosões
Na manhã de segunda-feira, uma explosão no reator número 3 da usina deixou 11 feridos, um deles em estado grave. A explosão foi sentida a 40 quilômetros da usina e fez com que uma imensa coluna de fumaça tomasse o local.
Já a primeira explosão ocorreu no sábado, quando o reator 1 teve problemas. Desde então, foram retiradas cerca de 185 mil pessoas de um raio de 20 quilômetros da usina e 22 estão sob tratamento por exposição à radiação.
As explosões foram precedidas por problemas no sistema de resfriamento dos reatores, que pararam de funcionar em consequência do terremoto que atingiu o país na sexta-feira, seguido por um tsunami.
As explosões em Fukushima causaram preocupação em diversos países do mundo com suas próprias instalações. Os governos da Índia, Alemanha, Suíça e Áustria também anunciaram mudanças em seus programas nucleares.
Revisão de magnitude
Especialistas do Instituto de Geofísica dos Estados Unidos (USGS) elevaram de 8,9 para 9 a magnitude do terremoto de sexta-feira, o que o torna o quarto mais forte já registrado no mundo desde 1900, informou a instituição.
Até agora, o mais forte terremoto do Japão tinha acontecido em 1933. Com 8,1 graus de magnitude, o tremor atingiu a região metropolitana de Tóquio e matou mais de 3 mil pessoas. Os tremores de terra são comuns no Japão, um dos países com mais atividades sísmicas do mundo, já que está localizado no chamado "anel de fogo do Pacífico".
O país é atingido por cerca de 20% de todos os terremotos de magnitude superior a 6 que acontecem em todo o planeta.
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