É uma pena que a Geografia, assim como a Geologia e outras áreas afins não são levadas a sério a nível de suas respectivas contribuições científicas à partir das pesquisas realizadas em Instituições públicas e/ou privadas na hora de planejar obras urbanas.
Não se tratam de eventos atípicos, porém constantes nesta época do ano e durante a próxima estação do ano, o verão.
A falta de educação da população, comprovada pela quantidade excessiva de lixo nas vias públicas, agravando mais ainda a situação das galerias pluviais e no assoreamento do leito dos rios, bem como a falta de estratégias por parte dos governantes e engenheiros no momento de planejar uma obra, já prevendo - para um futuro próximo ou não - um evento de índices pluviométricos acima do normal, como foi o caso de ontem, seria algo sensato de se pensar e articular.
Medidas como, por exemplo, bombas de sucção (sistema de captação e escoamento de água das chuvas). obras de contenção de encostas, dragagem dos rios que cortam os bairros, incentivo à educação ambiental nas escolas e no principais meios de comunicação a fim de se evitar o lançamento de resíduos no chão poderiam surtir efeito ao invés de ficarmos assistindo, passivamente, todo ano, as mesmas cenas no cotidiano urbano após algumas horas de chuvas.
Além de perdas humanas e materiais, a economia sofre, recua, tanto no espaço urbano quanto no espaço rural. As chuvas que caíram, ontem, em nossa cidade foram capazes de paralisar os serviços e os transportes no Rio de Janeiro. Trens, metrô, ônibus e outros veículos não circularam devido as ruas, pistas e vias férreas estarem alagadas.
As pesquisas realizadas pelas Universidades e outras Instituições públicas e/ou privadas não podem ficar guardadas em gavetas. Elas precisam ter uma aplicabilidade social. Todavia, quando as mesmas se propõem a isso, elas não são aproveitadas pelos governantes.
Isso ficou comprovado por ocasião da tragédia na Região Serrana do Rio de Janeiro, em 2011, quando alguns professores do Instituto de Geociências da UFRJ (Geografia) reclamaram que eles já tinham advertidos e levantados os pontos de situação de risco na referida região.
Ontem, eu vivi momentos de pavor no bairro de Olaria, Ramos e Bonsucesso, na Zona Norte da cidade, com as enchentes e os riscos do carro da minha irmã, que trabalha na mesma Unidade Escolar da rede municipal, "morrer" no meio da rua alagada. Além do rio de Ramos ter transbordado (rio canalizado que se tornou um coletor de esgoto doméstico), a quantidade de lixo era algo absurdo de se ver.
Nessa hora é que a gente percebe o quanto o cidadão irresponsável contribui de forma negativa para os efeitos das adversidades climáticas, típicas da chegada de uma frente fria com ocorrência de fortes chuvas.
Até um prédio de três andares desabou no Complexo do Alemão devido as fortes chuvas e, segundo o telejornal, graças a Deus, as pessoas já tinham saído do mesmo.
Mais uma vez, o mesmo filme repete...
Rua Sargento Ferreira esquina com a Rua Barreiros, em Ramos
Esquina das Ruas Barreiros e Sargento Ferreira
Rua Barreiros, Ramos
Rua Barreiros e, ao fundo, o cruzamento com a Av. Teixeira de Castro
Rua Barreiros
Av. Teixeira de Castro com a esquina da Rua Barreiros
Lixo preso na roda do carro
Lixo preso no poste
Rua Sargento Ferreira
Saco de lixo e resíduos diversos
Pátio externo da E.M. Dilermando Cruz