Nesta imagem feita em 2005, o buraco
na camada de ozônio é a área roxa.
Foto: NASA/Goddard Space Flight
Center Scientific Visualization Studio
O ozônio (O3) é um gás que pode ser vilão ou mocinho, dependendo de onde é encontrado. Próximo à superfície, é um dos gases que mais poluem o ar e é um veneno para os pulmões. Mas, na estratosfera, forma uma camada que absorve os raios ultravioleta emitidos pelo sol. Segundo um estudo da NASA, se não fosse o ozônio, apenas alguns minutos de exposição ao Sol já causariam graves queimaduras e a população sofreria muito mais com o câncer de pele. O problema é que, com o uso de gases que destroem o ozônio, essa camada protetora foi se afinando entre 1979 e 1997. Dados da NASA demonstram que o afinamento da camada de ozônio parou de aumentar depois que entrou em vigor o Protocolo de Montreal, em 1989. Com o tratado internacional, líderes de vários países concordaram em criar leis para diminuir o uso dos clorofluorcarbonetos, gases que mais afetam o ozônio e eram utilizados principalmente em aerosóis e geladeiras.
Apesar de se falar em buraco na camada de ozônio, na verdade, não existe uma ruptura, como explica Expedito Rebello, chefe do serviço de Pesquisas Aplicada do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). "O buraco é uma região na Antártida em que a camada é mais fina. E o auge desse afinamento acontece todos os anos em setembro", explica. Acontece que, durante o inverno polar, quando não há Sol na região, os gases ficam ligados em cadeias estáveis. Quando chega a primavera no Hemisfério Sul e o Sol volta a aparecer, os raios ultravioleta fazem com que as moléculas de cloro e brometo provenientes do CFC se soltam e ficam prontas para capturar o O3. Por causa disso, todas as medições da camada de ozônio são feitas durante a primavera.
Em 2006, a NASA divulgou um boletim afirmando que a camada de ozônio estava se recuperando. Segundo os dados, que levaram em conta variáveis que podem influir nos níveis de ozônio (como os ventos e os ciclos solares), a camada está se tornando mais espessa. E a estimativa é de que na metade deste século, ela poderia voltar a ser como era em 1980, ano em que foi detectado o afinamento da camada. Porém, Expedito Rebello é mais pessimista, "entre 3% e 7% do ozônio que compunha a atmosfera já foi destruído e é provável que nunca volte a ser como era", diz.
Revista Escola