Recentemente, os principais canais de comunicação de massa (televisão, rádio e jornais impressos) noticiaram o caso da advogada pernambucana Paula Oliveira, que alegou ter sido abordada e agredida por um grupo de neonazistas nos arredores de Zurique, na Suíça, quando falava ao celular com sua mãe, que estava no Brasil.
As notícias vincularam o fato a mais um caso de xenofobia na Europa e este tomou grandes proporções, pois a brasileira confirmou que estava grávida e em conseqüência das graves agressões, ela havia abortado.
Desde o início, a polícia suíça desconfiou da veracidade de seu depoimento, alegando que as circunstâncias eram incertas.
Depois de muita polêmica sobre o ocorrido e as autoridades associadas direta e indiretamente ao caso de ambos os países (Suíça e Brasil), inclusive e ao mesmo tempo, de revolta e comoção da população brasileira, Paula Oliveira teria confessado que o suposto ataque era uma farsa, assim como a própria gravidez.
Especula-se ? segundo os jornais locais ? que a intenção da brasileira ao arquitetar a farsa era processar o Estado devido à agressão e obter deste u,a volumosa indenização, orçada em até R$ 200 mil.
Não estou aqui para discutir a atitude da pernambucana Paula Oliveira, mas vou aproveitar a temática reascendida para tratar desta temática tão polêmica que é a Xenobofia.
Podemos definir o racismo como o pensamento e/ou a prática em desvalorizar certos grupos étnicos, sociais ou culturais, atribuindo-lhes um grau de inferioridade em relação aos que o praticam e que se julgam superiores.
O racismo que atinge as populações de imigrantes é chamado de ?o novo racismo?.
Após a II Guerra Mundial, os países europeus abriram suas fronteiras à imigração estrangeira, incentivando a vinda de imigrantes principalmente do norte da África, Turquia e Oriente Médio, cuja mão-de-obra barata (sem qualificação) foi essencial ao processo de reconstrução da Europa.
Durante muitas décadas, o continente recebeu imigrantes oriundos de diversos países subdesenvolvidos e, além destes, várias migrações ocorreram dentro da própria Europa, com a saída de pessoas de vários países do Sul, cujo nível de vida é mais baixo e, do leste, após a crise nos países do Leste Europeu.
A Alemanha, França, Itália, Bélgica e a Inglaterra foram os países que mais receberam imigrantes.
Contudo, as imigrações que, antes, eram toleradas e até incentivadas, passaram a ser reprimidas. Essa atitude mudou a partir do momento em que as diferenças sócio-econômicas no mundo cresceram de forma significativa.
O aumento do desemprego a nível mundial e o distanciamento cada vez maior entre os países pobres e ricos fez com o volume de entrada de imigrantes se tornasse muito grande.
Como conseqüência, os países procuraram. apoiados na legislação, diminuir e até suspender a entrada de imigrantes estrangeiros. Em razão disso, as imigrações continuaram só que de maneira clandestina.
Daí, o racismo europeu veio à tona, surgindo no final dos anos 80 e início dos anos 90. A hostilidade aos estrangeiros e a exaltação ao nacionalismo pelo medo da perda de identidade nacional (ou estrangeirização) têm se manifestado, ao longo dos anos, em muitos países da Europa.
A ?xenofobia? ? definida como aversão ao estrangeiro ? vem crescendo e mantendo-se de forma assustadoramente, tornando-se um problema grave e preocupante, não só na Europa como também em outros continentes.
Aos imigrantes são atribuídos a culpa pelo aumento do desemprego, da criminalidade, da prostituição, do tráfico de drogas, etc., transformando-os em ?bodes expiatórios? na explicação do agravamento desses problemas econômicos e sociais.
Apesar de alguns países contarem com a atual legislação, a França e, sobretudo, a Alemanha, usam a violência contra os mesmos, principalmente, com os africanos (Argélia, Marrocos e Tunísia), na França e, os turcos, na Alemanha.
Mas, o alvo nem sempre são só estes ou negros, judeus, homossexuais, mas sim todos os povos dos países do Sul, de uma forma geral. Com isso, multiplicaram-se notadamente os movimentos racistas através de atentados praticados por diversos grupos, que se autoproclamam de neonazistas.
Na Alemanha, por exemplo, ainda se verifica um outro agravante: com a incorporação da antiga Alemanha Oriental (ex-socialista), um grande contingente de trabalhadores não-especializados vieram para o lado ocidental e encontraram milhões de imigrantes exercendo atividades que eles reivindicavam.
Na verdade, os imigrantes exercem, em geral, atividades que os nacionalistas não querem executar.
Na Europa, além do crescente número de atentados neonazistas, essa situação tem levado ao surgimento de partidos políticos de extrema direita, exageradamente nacionalistas e racistas, que pregam uma ?limpeza étnica? nos países.
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