O músico, poeta e diretor teatral Víctor Jara é uma das célebres, se é que se pode chamar assim, vítimas da truculenta ditadura militar implantada em território chileno pelo general Augusto Pinochet e seus asseclas, com o apoio irrestrito da CIA e dos Estados Unidos.
Já li inúmeros relatos sobre como teria acontecido o seu assassinato. Em muitos casos se afirma que ele teve os dedos das mãos decepados para que não pudesse mais tocar. Em outros, costuma se dizer que elas foram esmagadas e os punhos quebrados com as sucessivas coronhadas dadas pelos fuzis dos militares que o mantinham aprisionado no Estádio Nacional (que hoje tem o seu nome), em Santiago, juntamente com inúmeras outras pessoas, para onde havia sido conduzido após ser detido na Universidad Técnica del Estado, desde o dia 12 de setembro.
Militares chilenos observando o disco de forte conteúdo social La Población, de Víctor Jara
Essas diferentes versões foram reforçadas através de um trecho da letra da música Lo Único que Tengo, do álbum La Población, de 1972, que diz ?Y mis manos son lo único que tengo?.
Um outro fato que é amplamente divulgado e corrobora essa tese diz respeito ao encontro com o jornalista Sergio Gutiérrez Patri nos corredores do estádio. Ao ser indagado sobre o seu estado, teria Jara respondido: ?¡Mira mis manos, mira mis manos... me las machacaron para que nunca más volviera a tocar la guitarra¡?
O certo é que, depois de interrogado e submetido às mais bárbaras sessões de tortura, no dia 16 de setembro, o carismático artista popular de 40 anos de idade, membro do Comitê Central da Juventude Comunista e participante do movimento musical Nueva Canción, foi sumariamente executado, metralhado com 44 tiros, segundo revelaram os exames de seus restos mortais realizados em junho de 2009, e o seu corpo abandonado nas cercanias do Cemitério Metropolitano da cidade, juntamente com outros cinco cadáveres.
O golpe militar no Chile, em 11 de setembro de 1973, foi mais um dos mais tristes capítulos da história latino-americana. Depois do ataque ao Palácio de La Moneda, onde, de acordo com o pronunciamento oficial, o deposto presidente socialista Salvador Allende cometeu ?suicídio?, se seguiu uma intensa onda da mais violenta repressão, que não foi o suficiente para calar a força dos versos de Víctor Jara.
Confira a letra e assista a um vídeo da canção Lo Único que Tengo no blog 100% Brasil.
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