São Paulo - A pior seca em mais de um século transforma os grandes rios paulistas em caminhos de pedra e areia. Cinco dos principais rios que cortam ou banham o Estado de São Paulo estão com menos de 30% da água que deveriam ter nesta época do ano, de acordo com dados dos comitês de bacias hidrográficas e do Operador Nacional do Sistema Elétrico
(ONS). São eles os Rios Tietê, Grande, Piracicaba, Mogi-Guaçu e Paraíba do Sul.
Outros grandes mananciais, como os Rios Paraná e Paranapanema, também sofrem com a longa falta de chuvas. De acordo com o Instituto Agronômico, em Campinas (IAC), o período hidrológico de outubro de 2013 a março deste ano foi o mais seco em 123 anos.
O Rio Tietê, um dos mais importantes do Estado, já pode ser atravessado a pé na região de Itu. O manancial se resume a pequenos fios de água escorrendo entre rochas escurecidas pela poluição. Em Salto, na mesma região, as águas desapareceram. O rio corta o Estado de leste a oeste e deságua no Paraná.
Perto da foz, em Araçatuba, o nível baixou 8 metros, interrompendo o tráfego de barcaças na Hidrovia Tietê-Paraná. A navegação está parada há dois meses e o prejuízo é de R$ 200 milhões, segundo o Departamento Hidroviário do Estado.
As represas do Rio Paraíba do Sul, que abastece o leste paulista e a população do Rio, estão com o nível mais baixo da história. Com pouca água no Sistema Cantareira, o governo paulista quer captar a água do Paraíba para a Grande São Paulo - proposta ainda em discussão.
Cartão-postal da cidade que leva seu nome, o salto no Rio Piracicaba virou um amontoado de pedras. Já é possível atravessar o rio à pé. Formado pelos Rios Grande e Parnaíba, o Paraná é o segundo maior rio da América do Sul e também sofre com a estiagem. A redução no volume de água trouxe à tona as ruínas da antiga cidade de Rubineia, inundada em 1973, após a construção da Hidrelétrica de Ilha Solteira.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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