Quando alguém poderia imaginar que justamente a pacífica Noruega, um país caracterizado por prestigiar a política do bem estar social, protagonizaria um dos episódios de maior impacto dos últimos tempos?
Na última sexta-feira, 22 de julho, uma bomba atingiu a sede do governo, em Oslo, onde se situa o gabinete do primeiro-ministro Jens Stoltenberg. Cerca de uma hora depois, em Utoya, uma ilha próxima, um atirador identificado como Anders Behring Breivik, de 32 anos, vestido como policial, efetuou diversos disparos contra jovens que estavam reunidos em um acampamento do Partido Trabalhista, que abrigava entre 400 e 600 pessoas.
Até agora, o número de mortos chega a 93, sendo 85 em Utoya e 7 na capital norueguesa.
Momentos de descontração no acampamento da ilha de Utoya
Longe de despertar qualquer tipo de suspeita ou ameaça, o aparentemente exemplar cidadão tipicamente norueguês, declarou, após ter sido preso, que seus atos foram ?atrozes, mas necessários?. Além disso, Breivik deixou um manifesto que descrevia em detalhes todos os pormenores de seu planejamento para os ataques, assim como as razões para que cometesse tal atrocidade.
A preocupação da polícia agora é descobrir se Breivik agiu sozinho, como afirma, ou se existe algum tipo de ligação entre ele e grupos extremistas da Europa Setentrional.
O crescimento do radicalismo de extrema direita é uma realidade no continente europeu. Grupos ultranacionalistas declaram toda a sua repugnância ao marxismo e demonstram toda a sua aversão contra a presença de imigrantes em seus países, da mesma forma que condenam qualquer tipo de convivência com outras religiões, entre elas, o islamismo. Como resultado, o aumento do racismo, da xenofobia, do ódio e da intolerância, muitas vezes expressos de maneira extremamente violenta, em um discurso camuflado por um sentimento religioso exacerbado.
Localizada no norte da Europa, a Noruega lidera o ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Geralmente lembrada como sendo a terra dos vikings e da entrega da premiação do prêmio Nobel da Paz, nos últimos anos, o país nórdico tem recebido significativas levas de estrangeiros, atraídos por seus ótimos indicadores sociais (os muçulmanos representam um desses segmentos que para lá tem se deslocado).
No caso do Brasil, já comentei que devemos de uma vez por todas assumir o nosso colorido, além de destacar que acredito firmemente que a mestiçagem é a saída para um planeta em pleno processo de ebulição e tão turbulento como este. É claro que existe muita gente que pensa diferente. Assim como acontece com outras regiões do chamado mundo desenvolvido, na Noruega, cuja população rejeitou por duas vezes o ingresso do país na União Europeia, os puristas de plantão se sentem sensivelmente incomodados com as mudanças resultantes da sociedade multiétnica e cultural que vem se desenhando não só no país, mas na Europa como um todo.
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