Será que o discurso proferido em janeiro último pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, no qual se referiu à possibilidade de saída do Reino Unido da União Europeia representa uma verdadeira intenção de que fora do bloco seu país caminharia melhor ou é apenas um blefe político com fins eleitoreiros?
É certo que "isolamento" da ilha da Grã-Bretanha em relação ao resto do continente por si só cria uma situação bem peculiar na relação entre o Reino Unido e demais nações europeias. O fato de os britânicos terem rejeitado a adoção da moeda única é apenas um dos exemplos da resistência natural dos súditos da rainha em seguir as diretrizes da UE.
Como prova de que o brado dos ingleses não é tão alto assim, a notícia que ganhou grande notoriedade neste início de ano a respeito da formação de um megabloco entre Estados Unidos e uma Europa em crise (assunto que em breve vai merecer uma postagem específica) serve como um termômetro desse jogo de perda e ganha. Em outras palavras, ainda que os britânicos quisessem deixar o barco à deriva, é evidente que os estadunidenses não enfrentariam tal empreitada sem o apoio e participação de seu tradicional aliado.
Leia a seguir o texto publicado no site da Euronews, no dia 23 de janeiro deste ano.
Sair da União Europeia trará mais autonomia ou isolamento ao Reino Unidos?
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, prometeu, esta quarta-feira, fazer um referendo antes do final de 2017 sobre a permanência do país na União Europeia (UE), num discurso em Londres.
Cameron disse, ainda, que o país quer manter-se no coração da UE, mas só se renegociar normas europeias que considera restritivas para o país.
?Hoje, a desilusão da opinião pública com a UE atingiu um dos pontos mais altos. Há várias razões para isso. As pessoas sentem que a UE caminha numa direção que não subscreveram e ressentem-se da interferência na vida nacional, através de regulamentação que consideram desnecessária. Questionam-se sobre o mérito de tudo isso?, afirmou o chefe do executivo.
O primeiro-ministro anunciou que, se o Partido Conservador for reeleito, em 2015, o governo vai negociar um novo acordo para o relacionamento com os parceiros europeus.
Ao fim de 40 anos na UE, o país não quer aderir ao euro, mas continua interessado num ponto muito específico.
?Será uma relação com o mercado único no centro. E quando terminarmos a negociação desse acordo, apresentaremos ao povo britânico um referendo com uma pergunta simples sobre se quer ficar dentro ou fora da UE face às novas condições. Será um referendo entre ficar dentro ou fora?, acrescentou Cameron.
Para discutir em pormenor o impacto deste discurso, a correspondente da euronews em Bruxelas, Fariba Mavaddat, falou com Nigel Farage, líder do Partido Independente do Reino Unido, e com Richard Corbett, conselheiro de Herman Van Rompuy, que é presidente do Conselho Europeu.
De entre as várias posições expressas nas estrevistas, destaque para as seguintes:
?Não obtemos nenhumas vantagens da nossa permanência na UE. Temos uma quantidade excessiva de regulamentação que é prejudicial às pequenas empresas. Temos uma agenda para as alterações climáticas completamente louca, que leva as nossas indústrias transformadoras a partirem para a Índia e outros países. E em nome desses privilégios e por ser um importador de da União Europeia em grande escala, somos convidados a pagar 50 milhões de libras por dia. Eu não vejo um único benefício econômico para a Grã-Bretanha pelo facto de ser parte desta união?, disse Nigel Farage.
Richard Corbett, por seu lado, realça que ?se o povo britânico votar a favor da saída da UE, isso deixaria o Reino Unido isolado, separado dos seus principais mercados de exportação, dos países vizinhos com os quais tem trabalhado há várias décadas, num quadro comum estabelecido para que os países europeus possam cooperar. A UE perderia um estado-membro proeminente. Como o Presidente Van Rompuy disse há um mês, 'seria como ver um amigo caminhar para o deserto'.?
- Separatismo Na Escócia/ Dicas Enem 2014
Alunos, é preciso se atentar às reações das pessoas ao redor do mundo, quando fatos relevantes acontecem em um determinado local. Isso por que, pessoas se identificam com algumas causas reagindo de forma similar. No caso do separatismo na Escócia,...
- DiferenÇas Entre GrÃ-bretanha, Reino Unido E Inglaterra
Grã-Bretanha: divisão geográfica e nome da maior ilha do arquipélago britânico, nela estão três países: Inglaterra, Escócia e País de Gales. Reino Unido: divisão política. É a soma dos países da Ilha da Grã-Bretanha...
- Plebiscito Na EscÓcia
Agora é oficial, o Reino Unido continuará unido, assim pensam 55,3 % dos escoceses que votaram pelo NÃO. Na madrugada de hoje o mundo conheceu o resultado que mantem a união política e econômica entre esses quatro países que formam o Reino Unido...
- Xenofobia: Para Primeiro-ministro BritÂnico, Imigrantes SÃo ?pragas Humanas?
Marcelo Justo ? Mesmo assim, o discurso oficial conservador nunca se esquece de recordar a ?nobre tradição britânica? de asilo político. Hipocrisia pouca é bobagem?O primeiro-ministro David Cameron ganhou a rejeição de meio mundo ao qualificar...
- DiferenÇas Entre GrÃ-bretanha, Reino Unido E Inglaterra
Grã-Bretanha: divisão geográfica e nome da maior ilha do arquipélago britânico, nela estão três países: Inglaterra, Escócia e País de Gales. Reino Unido: divisão política. É a soma dos países da Ilha da Grã-Bretanha...