Geografia
Professor e educando...
 
    Daniele de Freitas dos Santos*
 
Na  última semana, mais um caso de agressão dentro da escola estampou as  capas dos jornais de Passo Fundo. Dessa vez, o protagonista foi um  menino de apenas oito anos, que agrediu a professora na escola Fagundes  dos Reis após ter sua atenção chamada pelo uso de um aparelho celular em  sala de aula. Embora a utilização dos celulares seja proibida no  ambiente escolar por uma lei federal, esse detalhe é só mais uma cereja  no topo do bolo deficitário da educação brasileira, despencando em cada  uma das suas camadas sociais, políticas e econômicas.
 Não é de hoje que eu tenho uma profunda admiração por quem ainda se  atreve a desbravar essa profissão de risco que é ser professor (a). De  uma época quando o mestre era visto como uma plataforma para o  conhecimento e, portanto, digno de respeito transgredimos para  uma era de completa desvalorização dos profissionais da educação. As  crianças e os adolescentes não veem no professor alguém mais do que o  "chato" que implica com os erros de português, tenta ensinar a fórmula  de báscara e faz de tudo para _ com o perdão pela expressão _ ferrar com  a sua vida escolar. Uma pena _ e um absurdo.
 Não bastasse a péssima e injusta remuneração do magistério - enquanto  nossos "representantes" votam com uma agilidade absurda em aumentos  ainda mais absurdos nos próprios salários -, é preciso um verdadeiro  jogo de cintura para aguentar a falta de respeito que tomou conta das  salas de aula em todo o país. Isso sem contar as agressões físicas e  verbais as quais os professores estão expostos diariamente, no próprio  ambiente de trabalho - que deveria ser de aprendizagem mútua -,  proporcionadas por uma juventude extremamente mal educada. Infelizmente,  o caso de agressão envolvendo esse menino não é um  fato isolado.
 Mas, como já dizia a Lei de Murphy que nada está tão  ruim que não possa piorar, ainda temos que assistir perplexos e  embasbacados o apoio dos pais ao péssimo comportamento dos filhos. E, de  quebra, ainda colocam a culpa no professor. Eles não percebem que não  se pode cobrar da escola uma tarefa que é da família? Os estudantes  entram em sala de aula para aprender matemática, português, geografia,  história, ciências: os valores e os princípios vêm de casa! A escola não  é e nunca foi um lugar para se ensinar aquilo que é dever dos pais.
 É claro que não podemos tapar o sol com a peneira: existem muitas  falhas na educação prestada pela escola. Alguns professores trabalham  apenas para cumprir carga horária e se aposentar, sem um pingo de  preocupação em preparar seus estudantes com uma formação escolar, no  mínimo, adequada. Essa é uma realidade em Passo Fundo, no Rio Grande do  Sul, no Brasil. Sei, por  experiência própria, de professores que passavam cinco exercícios para  serem feitos na apostila da disciplina, dedicavam o período inteiro para  essa tarefa que poderia ser cumprida em 10 minutos, deixavam os alunos  que estavam com preguiça copiarem as respostas e, no dia da prova,  permitiam o uso do material. Sei também de outros que simplesmente  largavam uma bola de vôlei ou futebol para os alunos e passavam a tarde  toda tomando cafezinho na sala dos professores, sem se preocuparem em  preparar uma aula decente ou realizarem alongamentos e aquecimentos. E  eles continuam "trabalhando" até hoje.
 Contudo, nada, e absolutamente nada disso dá direito a um aluno _ ou a  qualquer outra pessoa - agredir um professor. Muitos deles trabalham  três turnos por dia, sem contar as madrugadas destinadas a preparação de  aulas e correção de provas, para garantir a sua formação e  aprendizagem. Você pode não gostar deles, discordar das opiniões que  eles têm e achar que muitas das coisas que ouve não lhe serão úteis em  momento algum da sua vida com exceção à prova no fim do semestre, mas  respeito é a força motriz do relacionamento professor-aluno _ ou, pelo  menos, deveria ser. Afinal de contas, sem o professor não existiria  outra profissão.
*Estudante
  
  
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