Pais e Filhos
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Pais e Filhos



Estamos atravessando um período em que o ritmo de vida é intenso e a falta de tempo é justificativa para tudo.

Não estou falando somente de educação, e sim de presença, de uma participação mais efetiva no dia-a-dia dos nossos filhos.

Como professor, presencio diferentes cenas em que os alunos deixam transparecer, através do comportamento em sala de aula, a total ausência de seus pais. Às vezes através de sinais quase que imperceptíveis, porém, altamente significativos, em outras, com um comportamento rebelde e agressivo.

Particularmente, como pai que sou, entendo e partilho das dificuldades enfrentadas pelos pais desta sociedade dita moderna, assim como reconheço minhas falhas (que não são poucas).

Quantas vezes, ao chegar estressado do trabalho, não dou a devida atenção aos pedidos e necessidades da minha filha caçula e sequer disponibilizo uma horinha do meu precioso tempo para sentar e brincar com ela.

Isso é um exercício diário e garanto que é imensamente gratificante ver que nossos pequenos gestos e atitudes podem produzir tamanha alegria e servir de exemplo para toda uma vida.

A parábola que transcrevo a seguir foi contada por uma colega da escola, a Stela. Peço licença e a reproduzo, pois, se não chegar a tocar alguns de você, que pelo menos os conduzam a alguns momentos de reflexão.

Só uma coisa a mais a dizer:

Filhas, peço desculpas, de coração, pelas minhas faltas e erros. Saibam que o seu pai sente um amor profundo por vocês.

?Um menino, com voz tímida e olhos de admiração, corre para o pai, quando este chega do trabalho, perguntando: ? Papai, quanto o senhor ganha por hora?



O pai, numa atitude severa, responde: ? Olha, meu filho, isto nem a sua mãe sabe. Não me aborreça, estou cansado.

O menino, num gesto insistente torna a perguntar: ? Mas, papai, não custa nada me dizer quanto o senhor ganha por hora.

? Três reais. Por que você quer saber?

? Então papai, o senhor poderia me emprestar um real?

O pai irado e tratando o filho com aspereza respondeu: ? Então é por isso que você quer saber quanto eu ganho? Vá dormir e não me amole mais.

Já deitado para dormir, o pai começou a pensar no menino e arrependeu-se da forma com a qual o tratara. Talvez, quem sabe, o menino precisasse comprar algo. Levantou-se e foi até o quarto do filho e em voz baixa perguntou: ? Filho, está dormindo?

? Não papai ? respondeu o menino sonolento.

? Olha aqui está o dinheiro que você me pediu. Um real!

? Obrigado, papai! ? disse o filho pegando uma caixinha embaixo da cama onde tinha mais dois reais.

? Pronto, agora completei três reais, papai. Poderia me vender uma hora do seu tempo? Sabe, você é tão ocupado, quase não brinca nem conversa comigo e eu sinto tanto a sua falta. Por isso pensei em comprar uma hora do seu tempo, pois é muito bom estar com você?.

(Parábolas Eternas, Legrand ? Ed. Soler.)





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