Depois de anos de negociações, aquilo que começou com uma iniciativa brasileira no ano de 2010 (na época, duramente criticada pelos opositores de plantão) e que agora resultou na assinatura de um acordo entre o P5+1 (grupo formado por China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia, além da Alemanha) está sendo por muitos considerado como um momento de importância histórica.
Ainda que alguns apresentem uma certa descrença e outros mais, como Israel, demonstrem toda a sua insatisfação, o certo é que a concordância com os termos estabelecidos parece ter agradado a ambos os lados.
O tempo de seis meses estipulado no encontro de Genebra, na Suíça, da mesma forma que atesta o caráter provisório do acordo, também pode ser encarado como um avanço nas negociações entre as partes, pois assim foram suspensas as sanções econômicas e também se evitou que ações militares fossem adotadas contra o Irã, assim como se conseguiu que o país islâmico aceitasse reduzir as atividades de seu programa de enriquecimento de urânio e permitisse que fossem realizadas inspeções a todas instalações nucleares existentes em seu território.
Leia abaixo os principais termos referentes ao entendimento reproduzidos, respectivamente, das páginas de O Globo e da BBC Brasil. A seguir, assista a alguns vídeos que também falam da longa controvérsia sobre o programa atômico iraniano.
Enriquecimento de urânio abaixo de 5%:
Isso mantém o nível de enriquecimento de urânio no país bem abaixo do necessário para a produção de armas químicas. Urânio enriquecido a 5%, entretanto, é suficiente para a geração de energia.
Diluir estoque de urânio enriquecido a 20%:
Este nível de enriquecimento pode ser utilizado para a fabricação de armas, o que poderia ser feito facilmente pelo Irã, caso tivesse interesse. Com o acordo, ficou estabelecido que o país vai converter seu estoque deste material em combustível de reator, o que impede o enriquecimento do material, ou diluí-lo em níveis inferiores a 5% de enriquecimento.
Suspensão dos trabalhos no reator de Arak:
O reator de Arak é uma planta que utiliza uma variante molecular da água como líquido de arrefecimento e pode ser executado em urânio não-enriquecido. Além disso, produz um maior grau do subproduto plutônio, o qual pode ser potencialmente utilizado na produção de armas. Por isso, o pacto em suspender os trabalhos lida diretamente com as preocupações do programa de armas.
Não construir novas centrífugas:
As centrífugas são usadas para transformar urânio concentrado em combustível nuclear. O país, entretanto, segue autorizado a manter suas duas principais instalações de enriquecimento em operação.
Compromisso em aceitar inspeções da ONU:
Inspetores da ONU querem revisitar base militar de Parchin para investigar suspeitas de testes com ??explosivos nucleares. O Irã nega a alegação e diz que novas inspeções são possíveis, mas quer impor restrições à divulgação pública pela agência.
O outro lado.
Se o Irã cumprir o acordo não haverá novas sanções econômicas nos próximos seis meses.
Certas sanções sobre ouro, metais preciosos, o setor automotivo iraniano e as exportações de petróleo iranianas serão suspensas, dando um alívio de cerca de US$ 1,5 bilhão nas receitas do país.
Reparos ligados à segurança e inspeções podem ser permitidos para algumas das companhias aéreas iranianas.
Cerca de US$ 4,2 bilhões de receitas com a venda de petróleo iraniano poderão ser transferidas para o país.
Cerca de US$ 400 milhões de fundos iranianos poderão ser transferidos a instituições educacionais em outros países para pagar os custos de estudantes iranianos.
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