Vista aérea da Tijuca velha de guerra
Acho que ando meio saudosista, coisa desse tal exílio voluntário que carrega o pomposo e geográfico nome de desmetropolização. Pensando bem, acho que eu mesmo sou uma espécie de "vítima" dessa coisa que muitos entendidos chamam de fenômeno, que de natural nem jeito de brisa tem, mas que tem cara de um tufão que me jogou de mala e cuia nos braços da também bela e acalorada Maringá. Tudo em nome do amor acachapante da dona do meu coração e da calmaria e segurança da tão sonhada qualidade de vida.
Por outro lado, como tanto se diz que o homem é um produto do meio (confesso que nunca entendi muito bem isso), nada como revirar o baú de nossas origens para reavivar coisas, lugares e pessoas que fazem parte da nossa história.
É por essas e outra que desencavei um texto de Aldir Blanc escrito para o nº 0 do falecido jornal de bairro O Tijucão. A crônica faz parte do livro ?Rua dos Artistas e arredores?, publicado pela Editora Codecri, em 1978, reunindo artigos publicados originalmente em O Pasquim, todos de autoria deste que também é um dos maiores letristas da Música Popular Brasileira. E tijucano convicto.
O Tijucano
A verdade é que o Tijucano vive num dilema desgraçado. Considerado semi-ipanemense pelos suburbanos e tido como meio suburbano pelos ipanemenses, o Tijucano passa momentos difíceis num bairro impreciso.
- Tu mora aonde?
- Tijuca.
O autor dessa resposta pode morar no Largo da Segunda-Feira, no Maracanã, no Andaraí, em Vila Isabel, em Aldeia Campista... Digamosque entre o Estácio e o Grajaú
tudo é Tijuca.
Se vocês estão pensando que eu vou dizer "o Tijucano é um estado de espírito", aqui ó!
O Tijucano é um estado de sítio.
Premido pelo sagrado horror da acusação de suburbano e sonhando, secretamente, com as mordomias ipanemenses, o Tijucano adota uma atitude blasé em relação a seu controvertido bairro. Acha a Tijuca "devagar, careta, meio não sei como, sacou?"
Saquei, bestalhão. A Tijuca é exatamente isso: meio não sei como. Uma amostra magnífica do nosso querido Brasil.
O Tijucano não tem salvação. Pode fingir, fugir, mudar, inventar, mas será sempre tijucano. Mesmo que o corpo disfarce, a alma, como o criminoso, como filho pródigo, voltará sempre à Tijuca. Nenhum morador, nenhum bairro, padece tanto do tal conflito amor-ódio como o Tijucano. Ele fala mal dos bares da Tijuca, mas não sai deles. Detesta os cinemas do bairro, mas raramente vai a outros. Elogia o comércio da zona sul, mas não abandona as lojas da Tijuca. Venera as tangas, desde que não seja na mulher dele. É progressista, desde que o progresso não o afete. Esmera-se em sua descontração. Vigia sua esportividade. Obstina-se em sua espontaneidade. Por trás da indiferença com que trata o bairro, esconde-se o orgulho. O maldito orgulho de ser Tijucano.
O Tijucano-padrão é feito aquele amigo meu que pirou em plena Praça Saens Peña, tirou toda a roupa, subiu numa árvore e começou a gritar:
- A Tijuca é uma merda! Tô farto disso aqui! Num güento mais a Tijuca! É uma merda! Uma verdadeira merda!
Quando a ambulância chegou e meu amigo leu o que estava escrito nela, o escarcéu aumentou. Do alto da árvore, nu, mas em pose de senador, bradava:
- Pro Pinel, jamais! Nós, tijucanos, temos nosso próprio sanatório!
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