A discussão é antiga. A pesada carga tributária imposta aos contribuintes brasileiros representa um dos maiores empecilhos para o pleno desenvolvimento de nosso país.
Se os cidadãos sofrem com a elevada porcentagem de impostos embutidos nos produtos (que em média chegam a 30%), para muitas empresas é extremamente difícil sobreviver à abusiva quantidade de taxas, tarifas e encargos que, além de incentivar a sonegação fiscal, por outro lado desestimulam a aplicação de investimentos nos mais diversos segmentos do setor produtivo.
Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), com base em dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização das Nações Unidas (ONU) referentes ao ano de 2011, mostra que, entre os 30 países analisados, o Brasil é o que mais cobra impostos e o que menos proporciona, em termos de qualidade dos serviços públicos e de bem-estar aos contribuintes, um retorno considerado minimamente razoável para satisfazer as necessidades de sua população.
A comparação da carga tributária dos 30 países que mais arrecadam impostos tem como referencial a proporção entre o Produto Interno Bruto (PIB), que se refere à soma de tudo o que o país produziu em um determinado período, e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que mede a qualidade de vida de um determinado povo.
Em outras palavras, a relação existente entre arrecadação e repasse de verbas para áreas consideradas vitais, como educação, saúde e segurança, mostra que, na maioria das vezes, muita cobrança nem sempre é sinônimo de dinheiro bem direcionado.