Ontem, dia 25 de maio, a Coreia do Norte confirmou a realização do seu segundo teste nuclear subterrâneo. De acordo com o governo norte-coreano, o teste foi bem sucedido.
Testes atômicos sempre foram considerados ameaças ao mundo inteiro, representando um risco à paz e à segurança mundial.
Além disso, correspondem a uma violação direta às Resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), principalmente, as de N° 1.695, estabelecida em 15 de julho de 2006, que proíbe o Programa Nuclear da Coreia do Norte e a de N° 1.718, estabelecida em 9 de outubro do mesmo ano, cinco dias após o primeiro teste nuclear realizado por Pyongyang (capital e maior cidade da Coréia do Norte).
Esta última Resolução condena os testes e impõe sanções a Coreia do Norte por manter atividades nucleares em sigilo. Vejam o texto da resolução da ONU sobre sanções à Coréia do Norte, AQUI.
Até a década de 80 do século passado, período conhecido como Guerra Fria, os testes ou ensaios nucleares, bem como desfiles militares com exposições do material bélico e mísseis eram bastante freqüentes, não só pelas superpotências EUA e a antiga União Soviética, como por outros países considerados potências nucleares, na época, como a França e China. Os testes consistiam, basicamente, em explosões de engenhos em locais remotos para estudar os seus efeitos.
Mesmo sendo realizados em regiões desabitadas, como em áreas desérticas ou no fundo do oceano Pacífico, a preocupação mundial aumentou em razão dos riscos ambientais eminentes e do temor da proliferação dos Programas Nucleares nos países e, principalmente, daqueles que poderiam mantê-los em sigilo em posição de autodefesa.
Além disso, os efeitos das bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroxima, no dia 06 de agosto de 1945 e, três dias depois, em Nagasaki, em plena II Guerra Mundial, pelos Estados Unidos, colocaram o planeta Terra sob tensão quanto aos riscos à segurança e à paz mundial.
Apesar do Tratado de Interdição Parcial de Ensaios Nucleares ter estabelecido, em 1963, que os testes só poderiam ser realizados debaixo do solo, sendo proibidos na atmosfera, debaixo de água ou no espaço exterior, a França continuou a realizar os seus testes na atmosfera até 1974 e a China até 1980.
Com relação a testes subterrâneos, o último ensaio realizado pela antiga União Soviética foi em 1990, do Reino Unido foi em 1991, dos Estados Unidos em 1992 e da França e China em 1996.
Em 1996 foi assinado o Tratado de Interdição Completa de Ensaios Nucleares, no qual todos estes países se comprometeram a cessar todos os testes nucleares. A Índia e o Paquistão, países não-signatários, não cumpriram essa moratória.
Ao longo do século XX estima-se que foram realizados cerca de dois mil testes nucleares, sendo cerca de 1.050 pelos Estados Unidos, mais de 700 pela antiga União Soviética, 210 pela França, 45 pelo Reino Unido, 45 pela China e menos de uma dezena pela Índia e Paquistão.
A República Democrática Popular da Coreia iniciou suas atividades no final dos anos 90 (Século XX), quando em agosto de 1998, lançou um míssil contra o Japão, que caiu no oceano Pacífico. Na época, o governo norte coreano afirmou que se tratava de um satélite.
Verdade ou não, em setembro do ano seguinte, o país começou a realizar testes com mísseis de longo alcance.
O mais recente teste atômico desencadeou um terremoto no país de magnitude 4,7 graus na escala Richter, enquanto os tremores ocasionados pelo ensaio atômico, no ano de 2006, foi de 3,58 graus na escala Richter.
Ambos, como podemos concluir, são sismos de origem antrópica, isto é, provocados sob a influência da ação humana. Diferentemente daqueles de origem tectônica (movimentação das placas tectônicas) e de acomodação das camadas internas da Terra.
Imagem capturada na Internet
Para ver acompanhar a cronologia do Programa Nuclear da Coreia do Norte até o dia de hoje, acesse AQUI.
Fontes de PesquisaEcolineFolha OnLineOutrashttp://ecoline.ics.ul.pt/ecoline.asp?p02&19&774&857&kb