O MUNDO ISLÂMICO TEM UM CALIFA, E A BARBÁRIE SEGUE VIVA NO SÉCULO XXI
Geografia

O MUNDO ISLÂMICO TEM UM CALIFA, E A BARBÁRIE SEGUE VIVA NO SÉCULO XXI



Em matéria publicada em 14 de julho deste ano, foi destacado a existência de um novo califado no mundo. Se já não bastasse a nova ideologia, mais uma vez a incoerência e irracionalidade humana são colocadas a prova. A morte brutal do jornalista americano James Foley (foto abaixo) reacende as discussões sobre o terrorismo no mundo. Agora, 03 de setembro, outro americano é decapitado pelo mesmo grupo, com a suspeita de participação de jovens ingleses que estão integrando estes grupos. Por quê ??? O levante jihadista do ESTADO ISLÂMICO (EI), sigla que tem mudado várias vezes de nome é o novo foco de caça por parte das agências de inteligência dos EUA, na sua incessante luta contra o terror. Após a morte de Osama Bin Laden, o foco está voltado para esse novo grupo, que usa de ações bárbaras em nome de Alláh e de suas causas. A nova vítima é o americano Steve Sotloff, segundo de uma onda de terror que paralisa o mundo. Até quando vamos suportar a barbárie humana? Como resolver o problema? Fica apenas a esperança de uma humanidade livre destes seres chamados de homens, que usam da religião e da intolerância para atingirem seus fins. Até quando?

Você sabe o que é um Califado?

Califado é uma organização política de uma nação ou território, no qual o chefe de Estado se autodenomina descendente direto do profeta Maomé. Nesse caso, cabe ao povo acreditar no "ungido", matando e morrendo por ele.
O último califado conhecido foi o do Império Otomano, na primeira metade do século XX, desfeito com a formação da República Turca.
Recentemente essa chama novamente se acendeu e o mundo viu surgir um novo califado, o único existente hoje. O grupo radical sunita Estado Islâmico no Iraque e Levante (Isil, EIIL ou ISIS), localizado no noroeste da Síria cerca de 900 quilômetros e ao leste do Iraque tem seu novo califa, que atende pelo nome de Abu Bakr al-Bagdali, líder do EI.
Os jihadistas sunitas que proclamaram a criação de um califado nas zonas conquistadas do Iraque e Síria se apresentam como herdeiros de um regime que existiu da época do profeta Maomé até um século atrás. 
Depois da morte do profeta Maomé, em 632, seus seguidores concordaram com a criação do califado, que significa sucessão em árabe, como um novo sistema de governo.
O califa é literalmente o sucessor do profeta como chefe da nação e líder da 'umma', comunidade de muçulmanos, e tem o poder de aplicar a lei islâmica (sharia) na terra do Islã.
Uma eleição em duas etapas escolheu o primeiro califa: os representantes das comunidades muçulmanas o designaram antes que seu nome fosse proposto ao povo para que lhe jurasse lealdade.
No entanto, desde o primeiro dia, existe uma disputa entre os muçulmanos sobre o conceito de califado, que se mantém principalmente como um sistema sunita. Os xiitas acham que o primo e genro de Maomé, Ali Ibn Abi Talib, e seus descendentes têm o direito divino de dirigir os muçulmanos depois da morte do profeta. Os sucessivos califas expandiram o império islâmico do oeste até a atual Arábia Saudita.

Fonte: Revista Isto É


Observe agora a versão da Revista Carta Capital:

No domingo 29 de julho, o grupo ultrarradical Estado Islâmico do Iraque e da Síria anunciou a criação de um califado, com o objetivo de governar todas as populações muçulmanas. Por enquanto, o estado islâmico recém-inaugurado se estende do norte da Síria ao Iraque oriental, mas seu projeto é territorialmente ilimitado. A ideia de reeditar o califado é um delírio de extremistas, mas ajuda a mostrar a gravidade daquele que se tornou o problema central para a segurança do Oriente Médio.
Com o Estado iraquiano falido, o país virou polo atrativo para jihadistas (Jirad) do mundo todo e inúmeros grupos militantes passaram a ter mais liberdade para agir. Neste período, cresceu a violência entre a minoria sunita, que até então estava no poder por meio de Saddam Hussein, a maioria xiita, oprimida pelo ditador, e os curdos, também reprimidos. Entre os grupos violentos sunitas estava o Jama'at al-Tawhid wal-Jihad, liderado pelo jordaniano Abu Musab Al-Zarqawi. Em 2004, em sua campanha contra a comunidade xiita, Zarqawi jurou lealdade a Bin Laden e transformou sua facção na Al-Qaeda no Iraque. O braço iraquiano da Al-Qaeda se notabilizou pelos métodos intensamente violentos empregados na guerra civil ocorrida no Iraque em 2006 e 2007. As atrocidades contra xiitas, curdos, sunitas e estrangeiros eram tão grandes que alienaram também as populações sunitas do Iraque. Sob a coordenação dos EUA, diversas tribos iraquianas se engajaram no que ficou conhecido como Despertar Sunita, e passaram a combater a Al-Qaeda no Iraque ao lado das tropas regulares iraquianas e das forças ocidentais. A campanha resultou no recuo da Al-Qaeda e em uma importante, mas não definitiva, redução na violência sectária no país. A hostilidade à Al-Qaeda provocou também mudanças de estratégia na liderança local do grupo. No fim de 2006, após o assassinato de Zarqawi, em um bombardeio americano, a Al-Qaeda no Iraque passou a ser conhecida como Estado Islâmico do Iraque. Não era apenas uma troca de nome. O grupo estava abandonando a ?marca? Al-Qaeda e também a luta global, para se concentrar na causa iraquiana. 
A chamada Primavera Árabe mudou os planos. Assim como na Tunísia e no Egito, a Síria teve, a partir de março de 2011, inúmeras manifestações populares contra o regime de Bashar al-Assad. O ditador alegava que não eram manifestações legítimas, mas promovidas por terroristas. Assad estava errado, mas logo ficou claro que sua profecia era autorrealizável. A repressão promovida por ele, em conjunto o financiamento de milícias anti-Assad pelos países do Golfo Pérsico, fez a Síria tomar do Iraque o posto de polo atrativo de jihadistas.
Desde 2010 sob a liderança de Abu Bakr al-Baghdadi, o Estado Islâmico do Iraque cruzou a fronteira, enviou inúmeros jihadistas para combater Assad e ajudou a formar a Frente al-Nusra, braço da Al-Qaeda na Síria. Em 2013, Baghdadi anunciou a fusão dos dois grupos ? Estado Islâmico do Iraque e Frente al-Nusra ? sob o nome Estado Islâmico do Iraque e da Síria, ISIS. A aliança não duraria muito.
Hoje, o ISIS tem uma atuação transnacional. Atua tanto no Iraque quanto na Síria, e vem registrando inúmeros ganhos territoriais.
No Iraque, o principal foco de violência é a província de Anbar, no oeste do país. Líderes tribais sunitas, abandonados pelo governo do xiita Nouri al-Maliki após o Despertar Sunita, combatem o governo central com a alegação de que são marginalizados. Ao lado deles, mas com uma causa global, está o ISIS. Melhor armado e preparado, o grupo tem tomado várias cidades iraquianas, sendo a principal delas Fallujah, que desde janeiro segue sob domínio dos extremistas. Em seu caminho, o ISIS deixa um rastro de violência extrema, que inclui execuções em massa e até mesmo crucificações
O ISIS combate tanto o governo Assad quanto outras milícias sunitas que lutam para destituir o regime sírio. Parece um contrassenso, mas, pelo ponto de vista de Abu Bakr al-Baghdadi, não é. Como sua causa é global, o ISIS busca firmar seu domínio sobre os jihadistas de todos os tipos. Prefere, assim, atacar agora outros extremistas e deixar a batalha contra Assad para o futuro. Graças a esta estratégia, o ISIS entrou em confronto a Frente al-Nusra e com a liderança global da Al-Qaeda.
A declaração de fundação do califado, desta forma, é também uma tentativa de reivindicar a liderança do jihadismo global. Na declaração pública transmitida pela internet em cinco línguas, o ISIS, que agora deseja ser chamado unicamente de Estado Islâmico, pediu a lealdade de todos os jihadistas do mundo e também de todos os muçulmanos.
A "fundação" do Estado Islâmico escancara os problemas do Oriente Médio. Normalmente, os conflitos na região têm origem nas diferenças entre dois blocos. Em um deles estão os aliados dos Estados Unidos, como Israel, Arábia Saudita e as monarquias do Golfo. No outro está o Irã, o grupo libanês Hezbollah e o regime Assad. Hoje, a disputa entre esses dois blocos é uma das principais causas a impedir o surgimento de governos inclusivos e democráticos na Oriente Médio, e o que acontece no Iraque e na Síria é exemplo claro disso. O ISIS nada mais é que o resultado extremo do desespero existente no Oriente Médio. Eventualmente, o grupo será esfacelado, pelos EUA, pelo Irã ou por uma união entre os dois. Mas a ideia da Al-Qaeda e do jihadismo global continuará viva. Se o terreno fértil depobreza, autoritarismo e violência em que ela se desenvolve não for tornado infrutífero, novos grupos como esse continuarão a surgir.







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