O MUNDO DO PÓS-11 DE SETEMBRO
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O MUNDO DO PÓS-11 DE SETEMBRO


O Terrorismo é um fenômeno histórico, em que a ação violenta é praticada contra civis, políticos ou militares para desestabilizar um poder constituído com objetivos políticos. As ações Terroristas são praticadas ao longo da história da humanidade e podemos enumerar alguns exemplos: A ação contra Julio Cesar, imperador de Roma, em março de 44 a.C., quando foi assassinado com 23 facadas, nas escadarias do Senado; O assassinato do presidente americano Abraham Lincoln, pelo simpatizante confederado John Wilkes Booth, no Ford Theatre em abril de 1865; O atentado praticado pelo ETA, que luta pela autonomia do País Basco em relação à Espanha, em junho de 1987, quando um carro-bomba explodiu no estacionamento subterrâneo do shopping-center Hipercor de Barcelona, matando mais de vinte pessoas; As ações durante os anos 70, no Reino Unido, onde milhares pessoas morreram e ou ficaram feridas em atentados a bomba patrocinados pelo IRA; O atentado praticado pelo norte-americano fundamentalista de direita, Timothy McVeigh, em 1995, em Oklahoma e o duplo atentado em julho de 2011, na Noruega, praticado por um norueguês fundamentalista cristão e ultradireitista, Anders Behring Breivik.

Com este contexto, fica claro que o terrorismo não tem território, região, pátria, nação e muito menos um rosto. O 11 de setembro de 2001, data do maior atentado terrorista da história e de mais um crime contra a humanidade, produziram mudanças nas relações geopolíticas globais. Foi um atentado violento, que deu ao mundo uma região para Terrorismo e uma justificativa para a neo-guerra contra o terrorismo. Guerra esta, que passou ser travada no território do Oriente médio, como se o terrorismo tivesse um limite geográfico específico. Neste sentido as explosões no Word Trade Center, no coração de Nova York, com transmissão ao vivo para todo o mundo pelas redes de televisão, possibilitou o mundo ocidental produzir a idéia de que o mundo árabe é o ?berço? do terrorismo (como se o terrorismo tivesse um ?berço?) E, por isso a guerra contra os fundamentalistas passou ser travada no Oriente médio, como se o terrorismo tivesse um território, uma pátria, uma religião ou um rosto do mundo muçulmano.

Neste sentido, prontamente, os Estados Unidos responderam ao ataque terrorista e iniciou com o aval da ONU, um contra-ataque aos terroristas no Afeganistão. Posteriormente, os EUA inseriram o Iraque neste contexto e sem autorização da ONU invadiram este país com o apóio de Tony Blair - primeiro ministro Inglês - e de José Maria Aznar ? primeiro ministro espanhol. Com o apoio da ONU e OTAN, Os países líderes do mundo ocidental, estão em confronto e a todo custo busca desarticular os terrorismos. A captura do milionário saudita Osama Bin Laden (já morto), que foi a cabeça e o mentor do maior atentado contra os Estados Unidos e a humanidade, e a retirada do Talibã - que apoiou Bin Laden - do poder no Afeganistão foram as ações imediatas para tentar desarticular o poder da Al Qaeda, que deu uma nova lógica para o terrorismo.

A ação criminosa do 11 de setembro de 2001 marcou o que podemos chamar de terrorismo pós-moderno.O terrorismo tradicional (com finalidade específica e limitada territorialmente, que era as ações do ETA, do IRA. das FARC e dos movimentos de libertação anti-colonial). Foi substituído por um terrorismo praticado por organizações desterritorializadas e transnacionais sem finalidades políticas e econômicas específicas como da Al Qaeda. Assim, as respostas políticas a esta nova lógica do terror (produzir o medo), são condicionadas pelo contexto histórico atual, em que pela primeira vez estas ações terroristas se mobilizam e assume uma lógica global e de conflito internacional em que se busca originar um conflito de entre o mundo ocidental e mundo árabe muçulmano.




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