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Seca nos EUA

faz preços agrícolas subirem em meio à crise
Mesmo com a piora do cenário macroeconômico mundial, indicador de preços de grãos sobe em agosto com previsão de oferta menor


O clima seco demais nas regiões americanas produtoras de milho fez os preços mundiais dos produtos agrícolas subirem no último mês, apesar de o cenário macroeconômico ter piorado na Europa e nos Estados Unidos. O relatório mensal do Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês), divulgado na última quinta-feira (25) prevê que os estoques mundiais de grãos no fim da safra serão de 342 milhões de toneladas, 5 milhões a menos do que o previsto em julho e 16 milhões abaixo dos estoques de quando começou o ano agrícola.

Com a tendência de oferta menor, os preços sobem. O índice de preços do IGC subiu 1,2% no mês, atingindo 292 pontos. O indicador, que calcula os preços praticados no comércio internacional, está 30% acima de agosto de 2010.

Os baixos níveis de estoques preocupam os compradores, que temem ficar sem produtos e acabam pagando mais para garantir seu abastecimento. O IGC reduziu sua previsão de estoques finais de grãos nos oito maiores países exportadores ao fim desta safra para 112 milhões de toneladas, ante 128 milhões de toneladas esperadas em julho. Na última safra, esse estoque final foi de 170 milhões de toneladas.

O estoque nos países exportadores é importante porque indica a disponibilidade de grãos que ainda podem ser vendidos no mercado internacional. Ao contrário, os estoques dos países importadores dificilmente são vendidos a outros países.

Segundo o IGC, o estoque de grãos dos oito maiores exportadores será o menor desde a safra 2003/2004. Embora não seja um recorde histórico tão significativo na questão do tempo, é importante lembrar que, entre 2003 e 2010 o Produto Interno Bruto (PIB) per capita da China cresceu 52%, segundo dados calculados em dólar pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês).

A projeção do IGC para a produção mundial de grãos também foi reduzida levemente em relação a julho, principalmente por conta dos efeitos da seca sobre as lavouras americanas de milho. Agora, o instituto prevê uma safra global de 1,808 bilhão de toneladas de grãos, 9 milhões abaixo do estimado em julho, mas 60 milhões acima da produção da safra passada.

Sou Agro
Autor: Luiz Silveira

Revista Terra




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