Noel Rosa - Uma Biografia
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Noel Rosa - Uma Biografia



Quando se fala de Noel Rosa, qualquer coisa que se diga a seu respeito nunca será o bastante para enaltecer sua grandeza e inestimáveis contribuições para o enriquecimento da cultura brasileira.

Nas minhas garimpagens pela internet, acabei por descobrir que a considerada mais completa biografia sobre o músico carioca encontra-se esgotada e sem qualquer perspectiva de ser reeditada.

Por um conta de um embargo judicial movido por duas herdeiras, sobrinhas de Noel, que veem na obra uma exposição de sua família, o livro "Noel Rosa, Uma Biografia", de Carlos Didier e João Máximo, lançado uma única vez pela editora da UnB (Universidade de Brasília), em 1990, ficou em circulação por apenas quatro anos e vendeu cerca de 15 mil exemplares. Depois disso, proibida sua comercialização, o livro virou raridade e só pode ser adquirido em sebos a preços extremamente salgados.

Pra piorar, o estremecimento das relações entre os autores representa um empecilho a mais para que o público brasileiro tenha acesso a mais informações sobre um indivíduo que, muito mais do que um compositor, foi um cronista de seu tempo, com suas letras que acompanhavam o ritmo da evolução do  samba e das transformações decorrentes da intensificação da urbanização do Rio de Janeiro.

Veja a seguir um belo exemplo através da música "Cordiais Saudações", um samba epistolar, isto é, escrito em forma de carta, que teve a sua primeira gravação em 1931, em companhia do Bando de Tangarás.


(Cordiais saudações...)

Estimo que este mal traçado samba
Em estilo rude,
Na intimidade
Vá te encontrar gozando saúde
Na mais completa felicidade
(Junto dos teus, confio em Deus)

Em vão te procurei,
Notícias tuas não encontrei,
Eu hoje sinto saudades
Daqueles dez mil réis que eu te emprestei.
Beijinhos no cachorrinho,
Muitos abraços no passarinho,
Um chute na empregada
Porque já se acabou o meu carinho

A vida cá em casa
Está horrível
Ando empenhado
Nas mãos de um judeu.
O meu coração vive amargurado
Pois minha sogra ainda não morreu
(Tomou veneno, e quem pagou fui eu)

Sem mais, para acabar,
Um grande abraço queira aceitar
De alguém que está com fome
Atrás de algum convite pra jantar
Espero que notes bem:
Estou agora sem um vintém
Podendo, manda-me algum.
Rio, sete de setembro de trinta e um

(Responde que eu pago o selo...)





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