Nem o centralismo “cupulocrático” do PSTU, nem o voluntarismo “direitizante” de algumas figuras públicas do PSOL.
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Nem o centralismo “cupulocrático” do PSTU, nem o voluntarismo “direitizante” de algumas figuras públicas do PSOL.



Polêmica - Nem o centralismo “cupulocrático” do PSTU, nem o voluntarismo “direitizante” de algumas figuras públicas do PSOL.
Por  Gíber Martins Duarte
Foi alardeada nas redes sociais a aliança “direitizante” que o candidato do PSOL está tentando construir em Macapá para o segundo turno. Obviamente, buscar apoio eleitoral e fazer concessões a setores do DEM e do PSDB é um escândalo para todos os Socialistas Convictos, como nós o somos. Tal prática política é reflexo do voluntarismo “direitizante” de algumas Figuras Públicas do PSOL, que, sobretudo, revelam-se, agindo dessa forma, que estão adaptando-se à ordem capitalista, e, nesse caso específico, não servem como agentes da revolução, mas, sim, como agentes da reprodução das relações de produção capitalistas.
Ora, enquanto Socialista Livre, apoio os partidos da esquerda socialista: PSTU, PSOL, PCB e PCO. Contudo, sendo também Socialista Livre, sinto-me livre para discutir francamente, sem camisa de força nenhuma, os erros contra-revolucionários que, porventura, tais organizações cometam. E é um desvio “direitizante” grave apoiar essa aliança desse candidato do PSOL com setores da direita, simplesmente para se ganhar uma prefeitura. Esperamos e torcermos francamente para que os militantes do PSOL revertam internamente esse erro grave e digam não ao voluntarismo “direitizante” de algumas de suas figuras públicas.
Porém, queremos aqui também criticar outra falácia, também divulgada nas redes sociais, que alguns militantes do PSTU começam a fazer circular sempre que militantes isolados do PSOL cometem desvios “direitizantes”. Começam a ser simplistas e a anunciar que, no PSTU, “tudo é perfeito”, porque lá tem Centralismo Democrático e com o tal Centralismo tudo está resolvido. Doce ilusão. Fui militante durante 18 anos do PSTU até este presente ano de 2012 e também acreditei nessa ilusão do Centralismo Democrático como cura para todos os males.
Qual o problema e qual a falácia desse discurso? Na verdade, no PSTU, não existe esse tal de Centralismo Democrático perfeito, rezado pelos militantes em suas cartilhas revolucionárias. Lá a direção do PSTU manda e a base tem de obedecer, trata-se de um Centralismo “Cupulocrático”, ou seja, a cúpula da Direção Nacional do PSTU manda e ninguém, na base, tem o direito de criticar os erros dessa direção. Se você criticar erros da direção nacional publicamente você é simplesmente excluído do partido. No PSOL, a base não controla suas Figuras Públicas, isso é verdade, mas, no PSTU, a base também não tem direito de controlar e criticar sua Direção, porque, se você o fizer, a Direção dá um jeito de tirar você do partido. Isso é democracia? Isso ajuda em alguma coisa? Não. É trocar seis por meia-dúzia, como diz o bom ditado popular.
Na prática, para dar exemplo concreto desse Centralismo “Cúpulocrático” do PSTU, repito aqui, nesse Blog, como já o mostramos em outros artigos anteriores, o caso que se deu comigo, quando, este ano, fui excluído do PSTU, porque critiquei a falta de Democracia Operária da Direção Nacional do PSTU no Congresso da CSP-CONLUTAS. Portanto, quero desmistificar e questionar o ponto cego desse discurso de militantes do PSTU quando afirmam que o Centralismo ali existente resolve todos os conflitos. Não é verdade. É um Centralismo “Cupulocrático” que exclui militantes honestos como eu, quando não aceitamos desvios graves da direção.
Outro exemplo do Centralismo “Cupulocrático” da direção do PSTU. Muitos militantes honestos e sinceros do PSTU discordaram do partido se aliar com o PC do B / PSOL em Belém. Não quero entrar no mérito sobre quem estava certo ou não, se a direção nacional do PSTU ou a base descontente do partido. Mas uma coisa é certa: não houve espaço dentro do partido para a base decidir se essa política “cupulocrática” da Direção Nacional estava certa ou não. A direção simplesmente tomou a decisão e pronto. Daqui dois anos, no próximo congresso, talvez alguns militantes isolados possam fazer alguma crítica sobre essa aliança, mas, na prática, ficou do jeito que a Direção Nacional do PSTU quis. Ninguém da base tem o poder de criticar e de mudar as práticas cotidianas do partido, quando os militantes as consideram equivocadas. Eu tinha ilusão de que isso poderia ocorrer no Centralismo do PSTU, mas provei, na prática, que a cúpula não é controlável pela base. É o mesmo problema que militantes do PSOL estão sofrendo com algumas de suas Figuras Públicas quando estas resolvem cometer equívocos. Como corrigi-las? Como controlar as Hierarquias Políticas? Eis a questão.
Na prática da luta socialista, compreendi uma dura lição e quero compartilhá-la, aqui, com todos os socialistas honestos e convictos como eu: NÃO EXISTE NENHUMA ORGANIZAÇÃO SOCIALISTA PERFEITA. Todas as organizações políticas estão sujeitas a cometer erros graves, seja o PSTU, PSOL, PCB, PCO e outros. Diante dessa caracterização prática no seio da Esquerda Socialista, temos defendido a seguinte tese: a convicção socialista, a convicção do princípio de que só o socialismo muda nossa vida, a convicção na plena liberdade de crítica, a convicção de que a luta da classe trabalhadora é a luta de todos os socialistas são os fatores decisivos. Temos um artigo nesse Blog que se intitula: “Em defesa da Convicção Socialista”. Esse artigo não é por acaso. Não existe vacina contra os desvios não revolucionários que aparecem no seio das organizações da Esquerda Socialista. Somente nossa convicção socialista pode nos ajudar a NUNCA apoiar práticas políticas que ajudam a reprodução das relações de produção capitalistas ou que ajudam na burocratização das organizações da Esquerda Socialista.
Com essa experiência política, advertimos: mesmo que você faça parte de alguma organização política da Esquerda Socialista, Seja Socialista Livre, isto é, não se submeta às práticas políticas equivocadas de suas direções simplesmente para ficar bem com o grupo partidário. A revolução socialista não será obra de submissos, ao contrário, será obra de rebeldes, de livres, de lutadores sociais críticos que não se calam perante a opressão, perante a exploração, perante o atraso, perante os obscurantismos, perante os autoritarismos, perante as práticas políticas equivocadas, mesmo que os equívocos ocorram no seio da Esquerda Socialista. Leiam outros artigos em nosso Blog que discutem esses problemas. Saudações Socialistas Livres.





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