Megacidades - Chongqing

Transformar em exemplo de urbanização uma "cidade" pobre, poluída e com 32 milhões de habitantes espalhados por uma área do tamanho da Áustria parece tarefa hercúlea até para os determinados tecnocratas chineses. Mas é isso que eles tentam fazer desde 1997 em Chongqing, para torná-la o motor do progresso da paupérrima região centro-oeste do país, a exemplo do que Chicago foi nos Estados Unidos. Com área de 82,3 mil quilômetros quadrados, Chongqing é resultado da fusão de 4 cidades e 43 distritos, que em 1997 foram reunidos numa só unidade administrativa vinculada diretamente ao governo central, como ocorre em Pequim e Xangai.
Pouco mais da metade dos 32 milhões de habitantes está na zona rural; a cidade que dá nome à região tem 6 milhões. O governo quer acelerar a urbanização para combater a pobreza e reduzir a desigualdade entre moradores do campo e das cidades. No ano passado, a renda anual na zona urbana era equivalente a R$ 2,9 mil, quatro vezes maior que a dos trabalhadores rurais.


Os tecnocratas prevêem para 2020 a conclusão do projeto "um círculo, duas asas", aprovado em 2007. Querem interligar várias áreas urbanas num único círculo de 28,7 mil km2, onde viverão 22 milhões de pessoas. As asas se estendem ao longo do Rio Yang-tse, no nordeste, e das montanhas Wuling, no sudeste, e serão transformadas em pólos de turismo e produção agrícola.


A Chongqing antiga, de prédios baixos e casas de bambu sustentadas em palafitas, vem sendo substituída por centenas de arranha-céus. O resultado parece um cenário construído com peças de quebra-cabeça de caixas diferentes, que não combinam entre si. Milhares de metros quadrados já foram derrubados pelo governo para dar lugar a empreendimentos imobiliários, todos realizados por empresas privadas. A mudança pode parecer radical, mas reassentamentos em massa não são novidade em Chongqing. Desde 2001, o município transferiu 1,4 milhão de pessoas que viviam em regiões alagadas pela represa da usina de Três Gargantas, que ocupa uma extensão de 600 km ao longo do Yang-tse.


Nos últimos dez anos, R$ 271 bilhões foram investidos só na cidade de Chongqing na construção de prédios, pontes, linhas de trem, ruas, shoppings, fábricas, lojas, hotéis e tudo o que uma metrópole pode precisar. A previsão das autoridades locais é que até 2012 chegarão mais R$ 383 bilhões em investimentos.


O local que se transforma mais rapidamente é o distrito de Jiangbei, de 1,61 km2. Das 500 maiores empresas do mundo listadas pela revista Fortune, 57 têm escritórios nessa área. O distrito ganhou 6,5 milhões de metros quadrados de construções entre 1997 e 2007, o equivalente a 30 prédios como o Empire State, o mais alto de Nova

http://www.estadao.com.br/megacidades/chongqing.shtm

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