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Livro didático ocupa segundo lugar dentre os mais lidos no Brasil (Divulgação) |
?O livro didático é, ainda hoje, a principal ferramenta de professores e alunos, e ainda é o principal
referencial educativo?, diz a professora da Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo (USP) Circe Fernandes Bittencourt,
coordenadora do Livres, site que reúne as obras escolares de 1810 a 2005. Segundo Circe, ao longo do tempo o Brasil teve grandes avanços, mas ainda o livro é pensado para o professor.
?O aluno ocupa o papel de um consumidor dependente. Não é ele quem
escolhe o livro didático. A luta hoje é por maior autonomia, para que os
alunos usem
os livros sem precisar sempre de uma orientação do professor?. Circe
acrescenta que um bom professor é aquele que conhece os alunos e é capaz
de fazer uma aula voltada para as necessidades dos estudantes. Esse é o objetivo de Cláudio Antunes Correia, professor no Distrito Federal e diretora de Políticas Educacionais do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro -DF). Este ano, ela está fora da sala de aula, mas lecionou de 1993 a 2012.
?O livro didático não é a única ferramenta, nem a principal, mas é
necessária. Tentamos mesclar os livros com textos e exercícios, outras
referências que trazemos para sala de aula?, diz Correia. Apesar do
esforço para selecionar a obra mais adequada, a pesquisa do QEdu, mostra
que 17% dos professores, o que equivale a 36,5 mil docentes, não
receberam o livro que solicitaram. Além disso, 7% dos professores, 15
mil, diz que os alunos não receberam o material no início do ano letivo.
No ensino público, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por meio do
Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) é o responsável pela
aquisição e distribuição dos livros. A distribuição é feita diretamente
pelas editoras às escolas, por meio de um contrato entre o FNDE e a
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Os livros devem
chegar às escolas entre outubro e o início do ano letivo. Nas zonas
rurais, as obras são entregues na sede das prefeituras ou das
secretarias municipais de Educação, que devem entregá-las às escolas.
O PNLD é executado em ciclos trienais, ou seja, a cada ano o FNDE compra
e distribui livros para todos os alunos de determinada etapa de ensino,
repõe e complementa os livros reutilizáveis para outras etapas. Em
2012, foram comprados livros para os alunos do ensino médio, com investimento
de R$ 883,5 milhões para a etapa, para atender 9,3 milhões de
estudantes entre o ensino regular e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Esse número supera o do Censo
Escolar 2012, no qual são registrados 8,1 milhões de alunos. Além
disso, houve a reposição dos livros para o ensino fundamental, somando
mais R$ 443,5 milhões.
Para 2013, o investimento foi de R$ 1,2 bilhões. Pela primeira vez, escolas do campo de 1º ao 5º anos
com mais de 100 estudantes receberão obras selecionadas. Está aberto o
processo seletivo para as obras a serem disponibilizadas no ano letivo
de 2015. As inscrições vão até o dia 21 de maio e as editoras podem
também apresentar obras multimídia, que reúnam livro impresso e digital.
Edição: Tereza Barbosa
Direitos autorais: Creative Commons - CC BY 3.0