Camila Pitanga e Lázaro Ramos, protagonistas da telenovela global (Foto de João Cotta)
A música de abertura da nova novela das 18 horas da TV Globo, Lado a Lado, é o samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense do carnaval de 1989, mesmo ano do antológico e inovador Ratos e urubus, larguem minha fantasia, da Beija-Flor de Joãosinho Trinta.
Como naquele ano se comemoraria o centenário da Proclamação da República, a escola de samba do subúrbio carioca da Leopoldina (que engloba bairros como Bonsucesso, Olaria, Ramos e Penha, entre outros) escolheu o tema "Liberdade, liberdade, abre as alas sobre nós!" para ilustrar o desfile criado pelo carnavalesco Max Lopes, que acabou lhe conferindo o título de campeã daquele ano.
Ao contrário do que se falava na época, não via nenhum tipo de incoerência no fato de uma agremiação cujo nome remete ao período imperial homenagear os cem anos da implantação do regime republicano em nosso país.
O certo mesmo é que a música de autoria de Jurandir, Niltinho Tristeza, Preto Jóia e Vicentinho, interpretado de forma magistral por Dominguinhos do Estácio, é um dos mais belos sambas de todos os tempos. Além de retratar a decadência do Império, a letra faz claras referências à Guerra do Paraguai (1864-1870), através da figura do Duque de Caxias, à Abolição da Escravatura (1888), ao Marechal Deodoro da Fonseca, primeiro presidente republicano (1889-1891) e também à chegada de imigrantes estrangeiros em solo brasileiro.
Em outras palavras, o clamor por liberdade de uma nação que caminhava cheia de esperanças para ingressar no século XX não era muito diferente do desejo por igualdade daquele ano de 1989, quando se realizariam as primeiras eleições presidenciais depois de um longo e sombrio período de ditadura militar.
Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós E que a voz da igualdade Seja sempre a nossa voz
Vem, vem reviver comigo amor O centenário em poesia Nesta pátria mãe querida O império decadente, muito rico incoerente Era fidalguia e por isso que surgem
Surgem os tamborins, vem emoção A bateria vem, no pique da canção E a nobreza enfeita o luxo do salão, vem viver
Vem viver o sonho que sonhei Ao longe faz-se ouvir Tem verde e branco por aí Brilhando na Sapucaí
Da guerra nunca mais Esqueceremos do patrono, o duque imortal A imigração floriu, de cultura o Brasil A música encanta, e o povo canta assim e da princesa
Pra Isabel a heroína, que assinou a lei divina Negro dançou, comemorou, o fim da sina Na noite quinze e reluzente Com a bravura, finalmente O Marechal que proclamou foi presidente
Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós E que a voz da igualdade Seja sempre a nossa voz
Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós E que a voz da igualdade
- Joãosinho Trinta: Ratos E Urubus, Larguem Minha Fantasia (1989)
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